Escolhido por Michel Temer para ser líder do governo é condenado pela Justiça, investigado por homicídio e citado na Lava Jato. André Moura foi indicado por Eduardo Cunha
Escolhido pelo presidente em exercício Michel Temer para líder do governo, o deputado André Moura (PSC-SE) é investigado por tentativa de homicídio simples no Supremo Tribunal Federal, já foi condenado na Justiça de Sergipe e está enrolado na Operação Lava Jato.
De acordo com o jornal O Globo, Moura foi condenado em segunda instância por suposto uso de dinheiro da Prefeitura de Pirambu (SE), da época em que foi prefeito (1997-2004), para despesas da pessoais e da família. Os gastos teriam sido de mais de R$ 100 mil com tira-gosto, bebida alcoólica e churrasco.
A decisão é do último dia 2 e determina suspensão por oito anos dos direitos políticos do deputado. Ao Globo, ele disse que vai recorrer.
A situação de Moura com a Justiça não encerra neste caso. Ele também é um dos investigados na Operação Lava Jato. Considerado um dos integrantes da tropa de choque do presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ele é investigado pela Procuradoria-Geral da República por supostamente ter chantageado empresas e pressionado o grupo Schahin.
Presidente da comissão que aprovou a redução da maioridade penal na Câmara, Moura também aparece em outro inquérito com a suspeita de que tenha feito contratações ilegais de empresas de comunicação quando era deputado estadual.
A escolha do nome não agradou os parlamentares. Não foi pela ficha do deputado, mas pela expectativa em torno do nome para o cargo. Deputados da base do governo em exercício reclama da maneira como Temer fez o anúncio.
Alguns parlamentares acreditam que o peemedebista cedeu aos partidos do “centrão”. “Foi uma imposição deles ao Temer”, disse o vice-líder do PSB, deputado Danilo Forte (CE). O próprio Rodrigo Maia (DEM-RJ), cujo nome era apoiado pelos partidos da antiga oposição a Dilma, confirma que não foi comunicado antes da decisão de Temer.
Correligionário de Maia ficaram indignados e chegaram a propor a entrega de cargos no governo.
O líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), foi mais moderado. Ele reconheceu que a relação de André Moura com o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), favoreceu sua indicação para a liderança do governo, o que pode ser considerado um aspecto negativo.
Por outro lado, o tucano avaliou que essa articulação do novo líder com Cunha e com o Centrão pode vir a aumentar as chances de sucesso de Temer nas votações na Casa.
Agência Estado e Brasilpost
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook