Supremo Tribunal Federal usou Eduardo Cunha até ele se tornar inútil para o impeachment. A Suprema Corte permitiu que um consagrado vigarista presidisse o processo de impedimento na Câmara comandando os prazos, as comissões e o regimento a seu gosto
José Carlos de Assis*
Posso perdoar tudo nas elites dirigentes brasileiras na condução da crise do país mediante um processo político-parlamentar viciado, uma ação absolutamente incompetente do Governo no plano executivo deixando a economia e o emprego mergulharem na depressão, e um processo político-judicial partidarizado e caracterizado pelo ódio a um partido.
Apenas não posso perdoar a oportunidade que essas elites sórdidas criaram para submeter uma cidadania violentada em seus direitos por estarem dando uma conotação de heroísmo ao Supremo Tribunal Federal por ter suspendido o mandato de Eduardo Cunha.
Cunha é sabidamente um bandido. Um Tribunal que manipulou conceitos jurídicos rasteiros para violar a lei do habeas corpus e impedir Lula de assumir uma pasta no Governo supostamente teria poderes para colocar o bandido todo poderoso para fora da política brasileira. Não fez isso.
Permitiu que um consagrado vigarista presidisse o processo de impeachment na Câmara comandando os prazos, as comissões e o regimento a seu gosto.
Agora o Supremo o descarta. Não precisa mais dele para cassar Dilma. É carta fora do baralho. Como todos os ladrões e todos os traidores, uma vez cumprido seu destino são repassados ao lixo da história.
*José Carlos de Assis é Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe-UFRJ e professor de Economia Internacional da UEPB
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