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Assassinato de professores gays leva cidade inteira às ruas

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Professores homossexuais carbonizados em carro levam cidade do sertão baiano às ruas. Episódio ocorre na semana em que um ataque a uma casa noturna gay nos EUA chocou o mundo. Delegado que investiga o caso acredita que crime teve motivação homofóbica

Os professores da rede estadual de ensino da Bahia, Edivaldo Silva de Oliveira e Jeovan Bandeira, eram muito queridos na cidade de Santa Luz, a 260 quilômetros de Salvador.

Na última sexta-feira (10), eles foram mortos às margens da rodovia BA-120. Os corpos foram encontrados carbonizados no porta-malas do carro de Edivaldo e só foram reconhecidos pela arcada dentária.

O crime aconteceu no mesmo fim de semana do massacre a em uma boate gay de Orlando que deixou 49 mortos e 53 feridos. Edivaldo e Jeovan eram assumidamente homossexuais.

De acordo com o delegado que apura o caso do assassinato dos professores baianos, uma das hipóteses é que o crime tenha sido motivado por homofobia. “Eles eram muito amigos e muito queridos na cidade. Também não teriam inimigos. Já ouvimos várias pessoas e por enquanto não descartamos nenhuma hipótese”, disse o delegado em entrevista à BBC Brasil.

Amigos das vítimas relatam que eles eram extremamente ligados. “Quando Nino comprou o carro, o que foi usado no crime, Jeovan quem o ensinou a dirigir”, contou uma amiga dos professores.

Edivaldo tinha 31 anos e era conhecido como Nino. Formado pela Universidade do Estado da Bahia, ele era diretor da Escola Municipal Pedro Juvelino, em Limeira, zona rural de Santa Luz. Ele ensinava Química e Biologia no Colégio Estadual José Leitão, também em Santa Luz.

Jeovan, que também era formado pela Uneb, era professor de Física no Colégio Ação e vice- diretor no Colégio Estadual José Leitão, o mesmo em que Nino lecionava.

Ninguém foi preso até o momento. Dois adolescentes chegaram a ser ouvidos pela polícia, mas foram liberados.

Na última segunda-feira (13), milhares de moradores da pequena cidade foram às ruas lamentar o crime bárbaro, pedir agilidade nas investigações e exigir mais segurança.

“Longe dos parques temáticos, do turismo cosmopolita e sem gozar do mesmo prestígio internacional de Orlando, Santaluz encurtou a distância geográfica da metrópole americana”, escreveu o jornalista baiano André Uzêda, do portal Aratu Online, em texto sobre o episódio.

(Imagem: Edivaldo Silva de Oliveira e Jeovan Bandeira)

com informações de BBC Brasil e mídia local

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