Brasileiro ilustrador da DC Comics é demitido após comentar caso da menina estuprada no Rio de Janeiro. Allan criticou a "ideologia de gênero" utilizada "por esses esquerdistas" e disse que sofre perseguição por apoiar Jair Bolsonaro
A Chiaroscuro Studios anunciou que resolveu romper o contrato com o quadrinista Allan Goldman.
Na última sexta-feira, o brasileiro, ilustrador de publicações da DC Comics como “Jovens Titãs” e “Superman”, fez um comentário em seu perfil no Facebook sobre o estupro coletivo sofrido por uma adolescente de 16 anos na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
No post, excluído depois da repercussão, o desenhista, que apoia o deputado Jair Bolsonaro em sua foto de perfil, faz uma provocação: “O que acontece se os 30 estupradores da menina alegarem que são mulheres? Segundo a ideologia de gênero dos esquerdistas, uma pessoa é o que sente, e sua biologia não importa. A sociedade é obrigada a aceitar essa decisão, senão é fascismo! Como a Justiça irá julgar o caso de uma mulher que foi violentada por 30 mulheres? Fiquei curioso agora”.
No sábado, a Chiaroscuro anunciou que decidiu “encerrar o relacionamento com artistas não alinhados com valores que, para nós, são absolutamente inegociáveis”.
Em nota, Goldman disse que está sendo vítima de “censura”. O ilustrador disse que está sendo tratado como alvo por expressar apoio a Bolsonaro e por ter um posicionamento de direita. “Se você ler meu post, verá que não faço apologia à violência e muito menos ao estupro. Aliás, o estupro nem era o objeto do meu questionamento”.
A Chiaroscuro disse que a “apologia e banalização da violência e da discriminação não cabem mais na sociedade e tampouco em nossa empresa”.