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Japonês da Polícia Federal é preso em Curitiba

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Japonês da Federal, idolatrado nas manifestações pró-impeachment, é preso em Curitiba. Newton Ishii já havia sido detido em 2003 e condenado em primeira instância em 2009

Newton Ishii, o japonês da Federal

O agente federal Newton Ishii, conhecido como Japonês da Federal, conhecido por aparecer em fotos ao lado de presos da Operação Lava Jato, foi preso nesta terça-feira (7), em Curitiba.

O mandado de prisão foi expedido pela Vara de Execução Penal Justiça Federal de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, nesta terça-feira (7).

A Polícia Federal ainda não informou o motivo da prisão.

Símbolo da Lava Jato e ídolo das manifestações ‘contra a corrupção’

O Japonês da Federal ficou conhecido nacionalmente devido suas aparições em fotos conduzindo presos na Lava Jato.

Em Curitiba, manifestantes chegaram a criar um jingle para glamourizar o “Japa da Federal”. Bonecos e máscaras em sua homenagem também eram vistos em protestos ‘contra a corrupção’ e a favor do impeachment por todo o Brasil.

Áudios

Numa das gravações que levou o ex-senador Delcídio Amaral à prisão, em novembro de 2015, também foi declinado o nome de Ishii — identificado como “japonês bonzinho” — como agente que vaza e vende informações da Lava Jato às revistas semanais.

O áudio abaixo é fruto da conversa entre Delcídio, o filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, e o advogado Edson Ribeiro, que menciona a existência de um carcereiro da Polícia Federal que seria responsável por vazar informações sigilosas das investigações da Lava Jato para a imprensa e cobrar pelo “serviço”.

A seguir, relembre trecho da conversa gravada:

BERNARDO: os caras não tinham uma escuta em cima da.. da cela?

DELCÍDIO: Alguém pegou isso aí e deve ter reproduzido. Agora quem fez isso é que a gente não sabe.

EDSON: É o japonês. Se for alguém é o japonês.

DIOGO: É o japonês bonzinho.

DELCÍDIO: O japonês bonzinho?

EDSON: É. Ele vende as informações para as revistas.

BERNARDO: É, é.

Reincidente

Ishii foi preso, em março de 2003, nos primeiros meses de governo Lula, na Operação Sucuri, junto com outros 22 agentes da Polícia Federal, sete técnicos da Receita Federal e três policiais rodoviários federais, todos de Foz do Iguaçu, na Fronteira do Paraná com o Paraguai.

Segundo a denúncia, os servidores públicos “se omitiam de forma consciente e voluntária, de fiscalizar os veículos cujas placas lhes eram previamente informadas, ou realizavam fiscalização ficta, abordando os veículos para simular uma fiscalização sem a apreensão de qualquer mercadoria“.

Preso em 2003, condenado em primeira instância em 2009, Ishii manteve-se no cargo enquanto seu recurso não era julgado. O agente chegou a ser afastado dos serviços pela própria Polícia Federal, sem prejuízo em seus vencimentos, mas o Tribunal de Contas da União determinou seu retorno ao trabalho.

Em março deste ano, o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, em julgamento de recurso Especial, manteve a condenação dos agentes envolvidos.

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