Redação Pragmatismo
Homofobia 16/Jun/2016 às 15:31 COMENTÁRIOS
Homofobia

Médico é flagrado ofendendo lésbicas: "Gay, tem que matar!"

Publicado em 16 Jun, 2016 às 15h31

Médico agride casal de lésbicas após tentar passar a mão em uma delas, oferecer bebida e levar um fora. "Gay, se pegar, tem que matar essa desgraça... O mundo não é pra isso, as aberrações, anormais, esquece isso". Em seguida, pneumologista Ricardo Dourado sugeriu que as meninas parassem de 'nadar contra a corrente' e fossem 'procurar homens'

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Médico de Goiânia Ricardo Dourado agrediu mulheres em posto

Um casal de lésbicas foi agredido verbalmente por um médico em Goiânia na madrugada da última quarta-feira (15). A agente de turismo Angélica Santana e sua namorada, Giovana Alves, estavam em um posto de combustível no centro da cidade quando o médico pneumologista Ricardo Dourado partiu para a discussão após perceber que as duas eram um casal (vídeo abaixo).

“Veado, gay, tem que matar… essa desgraça”, disse Dourado. As ofensas homofóbicas foram gravadas pelo casal. “O mundo não é pra isso, as aberrações, esquece isso.”

O casal já registrou ocorrência contra o médio no 1º Distrito Policial da cidade e o vídeo foi postado nas redes sociais.

Além de classificar a homossexualidade de “aberração”, o médico disse que atração por pessoas do mesmo sexo é “anormal” e sugeriu às mulheres irem “atrás de um homem” e desistirem de “nadar contra a corrente”:

“Vai atrás de um homem bom pra você, casa, vai ter filho. Isso é normal. Vocês querem o anormal? Você vão lutar. O dia que você pular no rio, você nada contra a correnteza. Ensina pra ela [chamou uma pessoa ao lado, não identificada]: nada no rio e nada contra a correnteza.”

Angélica disse que estava no quiosque do posto de combustível com a namorada e uma amiga quando foi abordada pelo médico. Ela relatou que ele ofereceu bebida a elas e chegou a passar a mão nas costas dela. Quando a namorada pediu que ele parasse, ele se deu conta que elas eram um casal e partiu para ofensas gravadas em vídeo.

“Ele já chegou muito intimidador, pegando na minha amiga, depois na minha namorada, passou a mão em mim. Eu falei ‘para por favor’. Foi a hora que a Giovana falou ‘por favor, não encosta na minha namorada’, pra me defender. Aí ele começou com o discurso homofóbico.”

Segundo o site regional Jornal Opção, Angélica disse que outras pessoas que presenciaram a cena afirmaram que ele estava armado. “Não vi, mas quem estava comigo disse claramente: ele está armado. Cuidado.”

Após denunciar o caso no Facebook, o perfil de Angélica foi deletado. Segundo a namorada, por causa de Dourado. “Facebook da Angelica foi deletado porque o nosso agressor está devidamente constrangido com a repercussão do relato com os vídeos. Mas a justiça ainda será feita. Obrigada todos que se mobilizaram para compartilhar e nos apoiaram”, escreveu em uma postagem na rede social.

Por telefone, Ricardo Dourado confirmou ao portal G1 as agressões verbais e, ao tentar se justificar do ato homofóbico, disse que o casal estava “se exibindo”:

“Eu só pedi respeito em um ambiente público, elas não quiseram. Se eu falei isso, de morte, infelizmente, falei sem ver, peço até desculpas, porque não é isso. Como médico, eu não vou querer matar ninguém, é lógico. Acho até incabível essa colocação, posso ter falado lá como qualquer um fala quando está exaltado.”

Ele afirmou ainda que tinha bebido cerveja e estava com “ânimos exaltados”.

VÍDEO:

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