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Pastor Marco Feliciano diz que não existe uma ‘cultura do estupro’

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"Moro em uma casa com seis mulheres e sempre digo: deem respeito para serem respeitadas". Para o pastor e deputado Marco Feliciano, a 'cultura do estupro' é uma falácia. O que existe, na verdade, segundo o religioso, é uma 'erotização precoce'

Fala do pastor Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos gerou polêmica

Nesta quinta-feira (9), em audiência na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, o deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) foi vaiado ao afirmar que não há uma cultura de estupro no país. Para ele, a questão é que existe uma “geração deliquente” e uma “erotização precoce”.

Em um discurso machista, o religioso disse que analisou os casos de estupro registrados em São Paulo, afirmando que, em “menos de 5% houve conjunção carnal. Houve atos libidinosos, assédios, mas não estupro relacionado como conhecemos desde que somos criança”, ignorando que lei 12.015 determina que atos libidinosos também são estupro.

Mesmo vaiado, ele prosseguiu e insinuou que é estuprado quem não se dá ao respeito.

“Moro em uma casa com seis mulheres, minha mãe, minha esposa, minha sogra, minhas três filhas. E sempre ensinei às minhas mulheres que deem respeito para que sejam respeitadas.”

Para ele, já existem leis no País para punir os estupradores e elas são bem aplicadas.

“O senhor não sabe o que é estupro. Foi um estupro no meu ouvido”, afirmou Vana Lopes, representante do grupo Vítimas Unidas e uma das vítimas do médico Roger Abdelmassih.

Para a deputada Érika Kokay (PT-DF), a fala de Feliciano de que não há uma cultura de estupro é “extremamente preocupante”.

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