Geraldo Alckmin (PSDB) perdoa dívidas da Alstom – investigada por cartel no metrô de São Paulo – que somam R$ 116 milhões e aceita que a multinacional entregue produtos contratados com dez anos de atraso. Relações fraudulentas dos tucanos com a empresa são 'investigadas' desde 2008. Até hoje, o processo ainda não foi julgado
Num contrato em que o Metrô apontou perdas de mais de R$ 300 milhões, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) fez um acordo com a multinacional francesa Alstom no qual perdoou dívidas que somam R$ 116 milhões e aceitou que o produto contratado seja entregue até 2021, com dez anos de atraso.
A medida foi adotada em janeiro este ano, período em que o Metrô passa por uma grave crise financeira.
As relações da Alstom com tucanos são investigadas desde 2008, quando surgiram indícios de que a multinacional francesa teria pago propina entre 1998 e 2003 para fechar contrato com estatais de energia, no governo de Mário Covas. Oito anos depois, o processo ainda não foi julgado.
O sistema da Alstom foi contratado em 2008, no governo de José Serra (PSDB), por R$ 780 milhões, sob a justificativa de que melhorararia a eficiência das linhas 1-azul, 2-verde e 3-vermelha.
Perdão da dívida investigado
O Ministério Público afirmou que investigará o acordo selado “em segredo” pelo governo Alckmin e a empresa francesa Alstom. Antes disso, a promotoria havia recomendado a suspensão do contrato com a Alstom, mas Alckmin não acatou a sugestão.
“Não vejo sentido nesse acordo. O Metrô aplicou multas no limite máximo à Alstom em decorrência do contrato. Como agora perdoa essas multas?”, disse o promotor Marcelo Milani.
“Também não é razoável que um contrato essencial para o Metrô sofra um atraso de dez anos”, completou Milani, que afirma que o acordo é ilegal.
‘PT saqueou o País’
Horas depois do anúncio do perdão da dívida de R$ 116 milhões, Geraldo Alckmin fez um duro discurso contra o PT durante a convenção do PSDB que homologou a candidatura do empresário João Doria à Prefeitura de São Paulo.
“Os treze anos do lulopetismo levaram o País a ser saqueado, literalmente. São milhões de desempregados. É um período difícil, mas precisamos virar a página”, bradou o governador.
com informações de Folhapress
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