Gabando-se de ser 'advogado inscrito regularmente na OAB', o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) questionou a leitura de carta enviada por Dilma Rousseff na comissão do impeachment. A resposta que recebeu foi uma aula sobre direito de defesa
Na última semana, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), durante pronunciamento na Comissão do Impeachment, se irritou com a ausência de Dilma Rousseff na comissão. A presidente eleita havia sido convocada para ser ouvida e apresentar, ela própria, a sua versão dos fatos, mas optou por ser representada pelo seu advogado, José Eduardo Cardozo.
Dilma enviou uma carta de defesa em que reafirmou ser uma mulher honesta e prometeu lutar com todos os instrumentos legais de que dispõe para exercer seu mandato até o fim.
A presidente disse que o destino sempre lhe reservou grandes desafios: “Alguns pareciam intransponíveis, mas eu consegui vencê-los. Já sofri a dor indizível da tortura, já passei pela dor aflitiva da doença e hoje sofro a dor igualmente inominável da injustiça”.
Inconformado com o procedimento adotado, Cássio Cunha Lima sugeriu que Dilma e Cardozo estariam utilizando de método jamais antes visto em qualquer lugar do mundo. Para reforçar sua argumentação, o senador tucano fez questão de dizer que é advogado regularmente inscrito na OAB.
“Em um gesto de benevolência, estamos dando mais uma vez a oportunidade de a defesa se manifestar, e, desta feita, de caráter inédito, inovador […] É a primeira vez que eu vejo, insisto, eu sou advogado, inscrito na OAB e não tenho notícias, em nenhuma parte do mundo, que um advogado seja portador de carta perante um tribunal”, contestou o tucano.
Em resposta à Cunha Lima, José Eduardo Cardozo deu uma aula sobre direito de defesa. Assista abaixo:
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook