Bombeira de 22 anos estuprada no parque olímpico pelo supervisor de segurança se diz abalada, conta que sente vergonha e não quer mais voltar ao trabalho. Agressor costuma posar para fotos portando armas de fogo
O supervisor de segurança Genival Ferreira Mendes foi preso em flagrante no último domingo (31) por estupro dentro do Velódromo, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
Segundo o delegado Marcus Vinícius Braga, Genival se aproveitou do momento de descanso da vítima, uma bombeira civil de 22 anos, para cometer o abuso.
Em seu perfil no Facebook, Genival, que é de São Paulo, costuma posar para fotos com revólveres.
Mãe
A vítima é mãe de dois filhos e teve o seu nome preservado pela polícia. O boletim de ocorrência relata que o acusado deveria estar monitorando a área do Parque na hora em que abusou da moça.
Segundo a ocorrência registrada, “o soldado da força nacional e testemunha do caso, Francisco Victor Calvet, achou estranho Genival ter deixado seu posto e ido para o quarto de descanso, já que ele mesmo salientara que os turnos são de 12 horas ininterruptos, e ele ainda não o havia cumprido integralmente”.
A versão foi confirmada pela vítima, que denunciou a tentativa de estupro ao soldado, que deu voz de prisão ao supervisor de segurança.
“Eu era bombeira de um outro supervisor chamado Luís e ele [Genival] pediu para trocar o turno das bombeiras naquela noite. Há ao lado da sala de vídeo monitoramento do velódromo do Parque Olímpico um quarto de descanso, e ele disse que eu poderia ir para lá, pois deveria estar cansada. Pensei que ele fosse ficar na sala, verificando o que acontecia no parque por meio dos monitores. Dormi e acordei com ele em cima de mim, com as mãos no meu peito, na vagina”, conta, emocionada.
Em entrevista ao portal de notícias UOL, a vítima afirmou que, na sua cabeça, se repetiam as cenas que levaram à prisão o supervisor de segurança.
“A empresa me ligou e pediu para eu ir lá às 9h. Tomei muito remédio por causa da situação e não consegui acordar. Estou com muita vergonha de sair na rua”, relatou.
A bombeira não queria mais voltar ao trabalho. “Se não precisasse do dinheiro, nem trabalharia mais. Mas alguém da empresa [Gocil] me disse que poderia me transferir para um complexo que fica mais perto de casa. Também não quero mais voltar para o Velódromo, as pessoas vão ficar me perguntando como foi, me olhando”, disse.
“Se tiver mais gente assim [trabalhando na segurança] pode acontecer outro caso. Mas espero que não aconteça mais”, revela.
‘Pontual’
O ministro do Esporte, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), comentou o caso na manhã desta segunda-feira (1º). Ele classificou-se o caso como “pontual”.
“Problemas pontuais como esse, de denúncias de eventuais crimes que tenham ocorrido na Vila [no caso, Velódromo], serão investigados pela polícia e, se ocorreram, aquele que cometeu crime sofrerá as penalidades da lei, não tenha dúvida”, afirmou Picciani.
Nota
O Velódromo vai receber competições de ciclismo durante a Olimpíada. O Comitê Rio-2016 afirmou, por meio de nota que “repudia qualquer violência e desrespeito”.
Segundo o órgão responsável pela organização dos Jogos, “o caso foi registrado em delegacia para que, se for comprovado, sejam aplicadas as devidas penas de acordo com as leis brasileiras. Ainda segundo o comitê, “todos os funcionários terceirizados são orientados a seguir o código de conduta da Rio-2016, que prega uma conduta profissional”.
com informações de UOL Esportes
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