Dilma entra para a História pela porta reservada para os grandes
Dilma no Senado escreveu uma das mais belas páginas de resistência da República brasileira. Esbanjou altivez em defender-se dignamente, mesmo sabedora da mera formalidade do cerimonial em curso, dada a certeza do golpe. Valem as palavras de Darcy Ribeiro: ainda que derrotados, detestaríamos estar no lugar de quem nos venceu
Afirmo categoricamente: Dilma no senado federal escreveu uma das mais belas páginas de resistência da república brasileira.
Seu discurso emocionou; arrisco até dizer que nunca me senti tão representado por um político.
Em toda minha vida.
Dilma mostrou muito do que havia escondido durante os últimos anos.- por fisiologismo, inabilidade ou necessidade política, já não mais importa.
Transbordou a coragem da menina torturada durante a ditadura militar para peitar os golpistas civis e os detentores do capital.
Esbanjou altivez em defender-se dignamente, mesmo sabedora da mera formalidade do cerimonial em curso, dada a certeza do golpe.
E, principalmente, destilou caráter e postura dignos de estadista.
Tudo olho no olho, como só os valentes sabem fazer.
Me orgulho de dividir a trincheira com essa guerreira.
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Suas palavras deixaram os golpistas desnudados – e para nós, que estamos a engolir jiboias desde que o bandido Eduardo Cunha iniciou a falácia do impeachment, esta foi uma vitória simbólica.
Porque ainda que derrotados, Dilma, todos nós e a jovem democracia brasileira, valem as palavras do mestre Darcy Ribeiro: detestaríamos estar no lugar de quem nos venceu.
A brava mineira de acento gaúcho sai enfim do planalto e adentra a história pela porta reservada aos grandes.
E passa também a viver no seleto rol daqueles que admiramos atemporalmente.