Áudio divulgado revela jovem que denunciou agressão e tentativa de estupro de Marco Feliciano pedindo ajuda contra as investidas do pastor: “Ele não me deixou sair, fez coisas à força [...]”. Assessores do deputado pediram que a mulher colocasse “uma pedra em cima” do assunto; foi o que ela tentou, mas já era tarde. Confira as gravações
Novas revelações sobre o caso envolvendo Marco Feliciano e uma jovem de 22 anos militante do PSC indicam que a garota foi ameaçada e orientada a abafar o assunto após o vazamento e a repercussão das acusações.
Primeiro, uma reportagem de Leandro Mazinni, do portal UOL, revelou que a jovem Patrícia Lélis foi vítima de violência grave e assédio sexual do deputado federal Marco Feliciano. A matéria expôs uma série de prints de conversas entre ambos.
Depois que a denúncia se espalhou, Patrícia gravou dois vídeos para tentar desmentir a matéria do UOL: “Blogs e sites que não são confiáveis colocaram a nossa foto juntos… A todos esses jornalistas que me ameaçaram dizendo que eu tinha que contar a verdade, tô aqui falando a verdade. A verdade é que vocês estão mentindo, tá em época de eleição… O pastor Marco Feliciano é uma pessoa íntegra com a qual eu tenho um contato muito bom, sempre muito bom respeitoso, muito amigável. Então, não propaguem mentiras“, disse a jovem.
Agora, porém, o jornalista Leandro Mazinni, que conversou com Patrícia durante vários dias antes de publicar a denúncia divulgou um áudio (ouça abaixo) que contradiz o ‘desmentido’ da jovem e indica que ela estava sendo ameaçada para colocar panos quentes no episódio.
A gravação é de uma conversa entre ela e Talma Bauer, chefe de gabinete de Marco Feliciano. No áudio, fica claro que Patrícia (o nome dela é citado no minuto 12:17 da gravação abaixo) diz ser vítima de violência cometida pelo pastor:
“Com todas as letras, ele deu em cima de mim mesmo de uma forma assim descarada. Me levou a fazer coisas à força, que eu tenho prova disso. Dentro da casa dele, falou que tava tendo reunião na UNE. Pra eu ir pra lá. Cheguei lá, e não tava tendo. Ele não me deixou sair, fez coisas à força. Eu tenho a mensagem para ele: ‘Feliciano, a minha boca ficou roxa’. Ele ri e diz: ‘Passa um batom por cima’. Eu tenho todas essas provas.”
O chefe de gabinete do deputado tenta contemporizar o assédio de Feliciano, mas Patrícia ameaça fazer a denúncia à Polícia Civil:
“Sabe por que eu não levei pra delegacia ainda? Não foi por conta do Feliciano. Ainda não levei pra delecia porque eu sou cristã. Amo minha igreja… Isso vai prejudicar não só a igreja, mas todos os evangélicos… Eu não posso sair prejudicada [do partido] porque, se eu ver (sic) que eu vou sair prejudicada, aí eu vou na delegacia.”
De acordo com a conversa, Patrícia acha que pode ser prejudicada por conta dos comentários que Feliciano estaria fazendo com outros pastores e membros do PSC.
O suposto chefe de gabinete deixa claro que quer sepultar as denúncias contra Feliciano (“botar uma pedra em cima”) e confirma que Patrícia é a vítima da situação:
“No partido, ele [Feliciano] já tem que pedir perdão. Tá com a pica no cu do partido. Tá pior pra ele do que pra você. Você é a vítima.”
E ela finaliza: “Manda o Feliciano aquietar o pintinho dele”.
ÍNTEGRA DO ÁUDIO:
VÍDEOS DA JOVEM TENTANDO DESMENTIR A DENÚNCIA QUE ELA MESMA HAVIA FEITO:
com informações de Coluna Esplanada/UOL
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook