“40 pessoas”. Um dia depois de Michel Temer debochar de protestos contra seu governo, milhares de pessoas foram às ruas pedir 'Fora Temer' e Diretas Já. Senador, ex-ministro e deputado sentiram na pele a truculência da PM. Confira as imagens e vídeos mais marcantes das manifestações de domingo
Milhares de pessoas estiveram na avenida Paulista neste domingo protestando contra o presidente Michel Temer. Ironicamente, a grande manifestação aconteceu um dia depois de Temer classificar os atos contra o seu governo de “grupos pequenos de não mais que 40 a 100 pessoas”.
“São pequenos grupos, parece que são grupos mínimos, né? (…) Não tenho numericamente, mas são 40, 50, cem pessoas, nada mais do que isso. Agora, no conjunto de 204 milhões de brasileiros, acho que isso é inexpressivo”, disse Temer no sábado, durante sua estadia na China. No mesmo dia da fala do presidente, o chanceler José Serra, também em viagem à China, classificou as manifestações de “mini mini mini mini mini mini”.
Foram 100.000 pessoas em São Paulo: famílias com crianças de colo, jovens e manifestantes ligados a movimentos sociais que lotaram a avenida, e marcharam, a partir das 18 horas, até o Largo da Batata. Tudo correu de maneira tranquila e organizada, entre 16h30, horário marcado para começar o ato no MASP, na avenida Paulista, e 20h45, quando os manifestantes já estavam no Largo, depois de marchar por mais ou menos cinco quilômetros.
Barbárie
Lamentavelmente, quando as pessoas começaram a ir embora, dirigindo-se ao metrô Faria Lima, em frente à Batata, uma confusão se instalou com a Polícia Militar jogando bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o fluxo dentro e fora da estação. Muitas pessoas começaram a passar mal e a tossir em reação ao gás, incluindo idosos.
Os policiais jogaram bombas no mesmo Largo, numa ação que pegou de surpresa a todos ali presentes. Mesmo sem reação, a Polícia passou jogando mais bombas. “Paramos para comer em um bar e a polícia covarde e canalha, sem motivo algum, jogou uma bomba de gás dentro do estabelecimento”, relata a publicitária Mariana.
Chamou a atenção o fato de que, neste ato de domingo, havia a presença de famílias inteiras com crianças e pessoas mais velhas. Nos protestos anteriores, que aconteceram ao longo desta semana, a presença majoritária era de jovens estudantes, que tinham uma atitude mais provocativa com a polícia. Por isso, a ação da PM causou estranheza e aumentou a desconfiança dos militantes de esquerda sobre as reais intenções da corporação.
“A PM de [governador Geraldo] Alckmin dá seu show antidemocrático. Após o encerramento do ato pelo Fora Temer com cerca de 100.000 pessoas, a PM resolveu provocar, atirar bombas e jatos de água. Não nos intimidarão! Nenhum passo atrás!”, disse nas redes sociais Guilherme Boulous, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Vítima de repressão, o repórter Felipe Souza desabafou:
Senador, ex-ministro e deputado sentem na pele a truculência da PM:
Há mais dois atos marcados para esta semana, nos dias 7 e 8 de setembro. A violência gratuita do ato deste domingo pode ter um efeito bumerangue para o Governo Temer. Foi assim em junho de 2013 quando a repressão policial insuflou os manifestantes que foram engordando os protestos a cada novo ato.
Abaixo, confira os registros mais marcantes da manifestação de domingo:
Fora Temer (vídeo):
Imagens:
Batalhão de Choque da PM esteve presente em todo o ato em São Paulo:
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