Filho de Bolsonaro visita policiais acusados por chacina que matou 11 pessoas e feriu outras cinco no Ceará: 'Presos por trabalhar'. Das vítimas fatais, apenas duas tinham antecedentes policiais: um por acidente de trânsito e o outro por falta de pagamento de pensão alimentícia. A denúncia feita pelo Ministério Público atingiu 44 PMs
Deputado federal pelo PSC de São Paulo, Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, visitou, na última semana, policiais militares presos sob acusação de participarem de uma chacina que matou 11 pessoas e feriu outras cinco em Grande Messejana, um distrito de Fortaleza, no Ceará, em novembro de 2015.
A prisão dos PMs foi decretada no fim de agosto por três juízes de primeiro grau em atuação na 1ª Vara do Júri.
A denúncia feita pelo Ministério Público atingiu 44 policiais militares, que estão presos. Foram indiciados 38 PMs pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI), sendo que 33 deles por homicídio qualificado ou tentativa de homicídio.
Outros cinco PMs são acusados pela prática de prevaricação, que é o crime cometido por funcionário público contra administração. Eles estão encarcerados no 5º Batalhão Prisional, no Centro.
Em um post no Facebook, Eduardo Bolsonaro questiona as acusações sobre os policiais, que teriam sido baseadas em “denúncias genéricas”.
“O que eles estão sofrendo ali é uma acusação genérica, que não serve para nenhum vagabundo. […] Quem estava ali no dia e passou perto do local dos fatos está sendo condenado. Não fizeram exame de balística nas armas deles. Não tem testemunhas reconhecendo eles”, argumentou.
Eduardo admite, porém, que não acompanhou o caso da chacina desde o começo, e que a visita aos PMs não estava programada. Ele criticou a conduta do governo do Estado e o fato de o Ministério Público, que denunciou os policiais, aprovar a prisão preventiva dos acusados.
A chacina
A Chacina do Curió ocorreu na madrugada de 12 de novembro de 2015. De acordo com a polícia, os crimes ocorreram num intervalo de quatro horas, nos bairros de Curió, Alagadiço Novo e São Miguel, na Grande Messejana. No total, 11 pessoas foram mortas e cinco feridas.
Das vítimas fatais, apenas duas tinham antecedentes policiais: um por acidente de trânsito e o outro por falta de pagamento de pensão alimentícia. Entre os mortos estavam quatro adolescentes.
Algumas vítimas foram retiradas de suas casas e exterminadas no meio da rua. Uma das linhas de investigação discorre sobre uma represália em torno da morte de um PM, que teria ocorrido no bairro de Lagoa Redonda, em Fortaleza, horas antes da chacina.
O processo de investigação da série de assassinatos na Messejana corre em segredo de Justiça, enquanto os policiais indiciados seguem sob prisão preventiva.
com informações de O Povo e Extra
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