Ministro de Temer diz que assumir governo sem votos é "gostoso"
Alterado, ministro de Michel Temer xinga internautas e tira sarro do golpe ao afirmar que é "gostosa" a sensação de assumir um cargo no Executivo de um governo sem votos
Disposto a tirar um sarro de todas as pessoas que consideram o processo de impeachment de Dilma Rousseff um golpe parlamentar, Geddel Vieira Lima, ministro de Michel Temer, afirmou que a sensação de assumir um cargo do Executivo sem voto popular é “gostosa”.
O titular da Secretaria de Governo estava sendo alvo de críticas de manifestantes contra o golpe no Twitter. Um seguidor perguntou: “Me explica como é a sensação de assumir um cargo do Executivo sem voto popular???”. Geddel respondeu: “gostosa”.
O ministro ainda chamou uma internauta de “imbecil” após ser criticado. Para os internautas, a conduta de Geddel revela a sua política “antidemocrática”.
“Eduardo Cunha”; “mãe”
Esta não é a primeira vez que o ministro dispara contra os seguidores nas redes sociais.
Em junho, o ministro protagonizou outro episódio polêmico. Atacou a mãe de um seguidor que o questionou sobre uma reportagem.
“Sei o que eu fiz no verão passado”. E no inverno, outono e primavera? Foi solidário com Eduardo Cunha?”, questionou um internauta, relembrando a amizade do ministro com o ex-presidente da Câmara.
Irritado, Geddel respondeu: “Não, me aquecia na casa da sua mãe”.
Lava Jato
Geddel Vieira Lima é citado na Operação Lava Jato. Apesar de ainda não ser alvo de nenhum inquérito, Geddel Vieira Lima entrou no radar da Operação Lava Jato desde pelo menos janeiro deste ano.
Mensagens entre Geddel e Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, foram interceptadas pela Polícia Federal e levantaram suspeitas sobre se ele teria favorecido a empreiteira enquanto ocupou a vice-presidência da Caixa Econômica, entre os anos de 2011 e 2013.
Em uma das conversas interceptadas pela PF, Geddel e Léo Pinheiro falam sobre a liberação de recursos da Caixa para as obras da via expressa Transolímpica, no Rio de Janeiro.
Entregue à Procuradoria-Geral da República, o relatório da PF afirma que Pinheiro “demonstra ver em Geddel um agente político que pode ajudar na relação da OAS com órgãos e bancos.”
Em outra troca de mensagens, o então presidente da OAS procura explicar a Geddel a razão que o fez ter repassado “5 paus a Michel”, em uma suposta referência a doações de campanha entregues ao então candidato a vice-presidente Michel Temer.
Léo Pinheiro tomou essa atitude depois de o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ter-lhe dito que essa doação causou “desconforto” em alguns deputados peemedebistas.