Economia

Folha e Estadão omitem aumento do desemprego no Brasil

Share

Manchetes dos principais jornais do Brasil mascaram aumento do desemprego no Brasil. Folha e Estadão anunciam que taxa de desocupação 'estagnou'. A verdade, porém, é que o percentual do trimestre subiu meio ponto (foi de 11,3% a 11,8%). Na prática, são mais 437 mil pessoas desempregadas

Aumento do desemprego no Brasil: Taxa de desocupação vai a 11,8%. Michel Temer está no poder há 6 meses

A taxa de desocupação cresceu 0,5 ponto percentual ao passar de 11,3% para 11,8%, entre o trimestre encerrado em junho (abril, maio e junho) e o encerrado em setembro (julho, agosto e setembro) deste ano.

Com o resultado, a população desempregada atingiu em setembro 12 milhões de pessoas, um crescimento de 3,8% em relação ao trimestre encerrado em junho – o equivalente a mais 437 mil pessoas desocupadas.

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

População ocupada

Quando comparada ao mesmo trimestre de 2015, houve queda de 2,4% na população ocupada, uma retração de 2,3 milhões de pessoas no contingente de pessoas ocupadas no país em um ano.

Segundo o IBGE, é a primeira vez desde o segundo trimestre de 2013 que a população ocupada fica abaixo dos 90 milhões de trabalhadores.

Do ponto de vista dos trabalhadores com carteira assinada (34,1 milhões de pessoas em setembro), houve queda de 0,9% frente ao trimestre de abril a junho deste ano (menos 314 mil pessoas). Quando a comparação se dá com igual trimestre do ano anterior, a redução no número de pessoas com carteira assinada é de 3,7% – menos 1,3 milhão de pessoas.

Informação mascarada

O aumento do desemprego no Brasil não recebeu as manchetes e chamadas adequadas nos grandes veículos de comunicação. Segundo a Folha de S.Paulo e o Estadão, o desemprego ‘estacionou’.

Para o economista, cientista político e colunista de Pragmatismo Político Eric Gil, a falta de clareza nas chamadas e matérias dos jornalões dizem muito sobre a proteção desses veículos ao atual governo. Michel Temer já está no poder há quase 6 meses.

“Folha e Estadão anunciaram em manchetes e no texto que o ‘desemprego fica em 11,8%’. Como assim? Não subiu? São mais 437 mil pessoas desempregadas. ‘Fica’ é quando permanece, estagna”, observa Eric Gil.

O economista lamenta que a mídia esteja blindando um governo sem representação nas urnas que “aprova reformas profundas que sequer foram postas em discussão ou venceram como propostas eleitorais em 2014”.

Entre as reformas mais impopulares do atual governo está a PEC 241, proposta que congela salários e investimentos em saúde e educação por 20 anos.

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook