Michel Temer volta às pressas do Japão. Presidente e sua comitiva cumpriam missão oficial em Tóquio, mas retorno foi antecipado. O grande receio é de que Eduardo Cunha, agora preso, se torne delator e revele os nomes dos mais de 100 deputados que financiava e que votaram pela cassação de Dilma Rousseff
O presidente Michel Temer decidiu voltar às pressas ao Brasil. O presidente e sua comitiva cumpriam missão oficial em Tóquio, no Japão.
Fontes do governo afirmam que a antecipação não tem a ver com a prisão de Eduardo Cunha, mas com declarações desencontradas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, sobre a votação de alterações no projeto de repatriação.
As articulações pela aprovação da emenda que limita o crescimento dos gastos públicos também teriam pesado na decisão do peemedebista.
Segundo a programação oficial elaborada pelo Ministério das Relações Exteriores, a comitiva brasileira deixaria o país às 23h desta 4ª feira no horário de Brasília (10h de 5ª em Tóquio). Entretanto, Temer embarcou de volta para o Brasil às 11h30 (22h30 desta 4ª no Japão).
Medo de delação
Um interlocutor do Planalto afirmou a este site que o retorno antes do previsto de Michel Temer está diretamente relacionado à prisão de Eduardo Cunha. O ex-presidente da Câmara e deputado cassado foi preso hoje pela Polícia Federal, no âmbito da operação Lava Jato.
Há a preocupação de que Cunha, agora preso, se torne delator e revele os nomes dos mais de 100 deputados que financiava e que votaram pela cassação de Dilma Rousseff.
As delações da Odebrecht também acionaram o sinal de alerta no governo. Depoimentos mencionam vários ministros do governo Temer, entre eles Geddel Vieira Lima e Moreira Franco, além do ex-ministro Romero Jucá.
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