Governo

Publicidade de Michel Temer segue o padrão da propaganda nazista

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Verdade ou mentira? Agência revela que de 8 dados apresentados pela nova peça publicitária de Michel Temer, 4 contêm erros crassos. Propaganda é considerada de teor nazista e de estímulo ao ódio. Justiça foi acionada

Agência Lupa, da revista Piauí, aponta erros e mentiras da nova campanha publicitária de Michel Temer

A Agência Lupa, da revista Piauí, do jornal Folha de S. Paulo, analisou constatações divulgadas na campanha publicitária de duplo sentido do governo de Michel Temer “Vamos tirar o Brasil do vermelho”.

A agência “separou no anúncio oito frases que eram passíveis de checagem e as avaliou”, e a conclusão foi que quatro, ou seja, metade, têm problemas de informações.

Entre elas há a declaração do governo de que “as notas dos estudantes no exame do Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb) praticamente não cresceram”, o que é falso.

“De acordo com dados do Ministério da Educação, desde 2005, o primeiro ano da série histórica do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, as notas dos estudantes brasileiros aumentaram em todos os segmentos avaliados”, diz a Lupa.

Justiça

“É inaceitável que o governo Temer, rejeitado pela maioria da população, use de terrorismo midiático para tentar convencer a população a aceitar passivamente um programa de ajuste draconiano, de retirada de direitos sociais, que jamais seria aprovado no ambiente democrático”, afirmam os senadores de oposição em carta assinada pelo líder da bancada, Lindbergh Farias (PT-RJ).

Os senadores rechaçam a atitude de um governo que, ao assumir o país, afirmava repetidamente que trabalharia para “unir o país”, ou ainda “pacificar a sociedade”. Agora, o ataque publicado na grande mídia “incita o ódio e estimula a violência que envenena o ambiente político e a convivência social”, como argumentam os senadores. “A ofensiva publicitária do governo Temer constitui crime eleitoral”, acusam.

A acusação de crime eleitoral se dá pelo fato de que está em curso o processo eleitoral em diversas cidades onde o pleito caminhou para o segundo turno. Logo, os senadores requerem “cautelarmente a retirada da propaganda”, e que o MPF tome “as providências para o ressarcimento do erário e, apuradas as responsabilidades, ingressar com ação de improbidade contra os responsáveis”.

O conteúdo da publicidade, além do ataque a um segmento político realizado em meio às eleições, segue com argumentos para a aprovação de medidas de austeridade, entre elas a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que congela gastos em setores como saúde e educação por 20 anos. “Quando um governo gasta mais do que arrecada quem paga a conta é você”, diz a peça publicitária.

A campanha chegou a ser ventilada na última semana pelo Planalto, que chegou a informar que recuaria da proposta. Entretanto, o gesto provocativo foi publicado um dia após a divulgação de uma pesquisa do Ibope que afirma que 68% da população brasileira não confiam em Temer.

Lógica nazista

“O conceito da campanha publicitária de Temer segue o padrão da propaganda nazista de Hitler. A campanha foi feita para perseguir partidos políticos, ideologias, pessoas”, diz o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).

“É condenável que campanhas publicitárias, ainda mais com a utilização de recursos públicos, busquem disseminar o ódio e a violência no país, procurando o extermínio não só do PT, mas da esquerda como um todo”, continua.

Pimenta faz ainda um duro questionamento. “A pergunta que fica é: quem é o Goebbels de Temer? Padilha? A Família Marinho?”

“Temer não vai tirar o Brasil do vermelho, muito menos o vermelho do Brasil. Temer entende é de tirar direitos. Isso sim ele vai fazer. Além disso, boa parte da ‘herança maldita’, ocorre em áreas que estiveram nos últimos anos sendo dirigidas pelo PMDB”, afirma o parlamentar.

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