São Paulo

João Doria quebra promessa e vai aumentar passagem de ônibus

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João Doria (PSDB) desmente a própria propaganda eleitoral e vai rever a passagem de ônibus. Além disso, o prefeito eleito estuda eliminar a tarifa grátis que foi ampliada por Haddad e que beneficia vários grupos, como estudantes de baixa renda, deficientes e idosos

João Doria Jr., prefeito eleito de São Paulo

João Doria Jr. (PSDB) pode não cumprir uma das principais promessas que fez durante a eleição de 2016 para a prefeitura de São Paulo. De acordo com a Folha de S. Paulo, o candidato tucano já estuda promover um reajuste da tarifa de ônibus de São Paulo no primeiro ano de gestão, em 2017.

A equipe do tucano considera aumentar a passagem para um valor intermediário entre os atuais R$ 3,80 e os projetados R$ 4,40. A intenção é repassar aos usuários apenas os valores gastos pela prefeitura para cobrir benefícios e gratuidades.

Ao mesmo tempo, Doria pretende abrir uma discussão pública para rever tais gratuidades, que beneficiam hoje vários grupos e que foram ampliadas nos últimos anos, durante a gestão Fernando Haddad (PT), como a estudantes de baixa renda e idosos com mais de 60 anos.

Em 3 de outubro, dia seguinte à vitória no primeiro turno, Doria afirmou em entrevista: “Não vamos mexer na tarifa [de ônibus] no primeiro ano”. Ainda naquela semana, declarou: “A decisão está tomada, não vai mudar”. Antes, no dia 25 de outubro, o tucano garantiu que congelaria a tarifa mesmo sem ajuda do governo federal.

Velocidade

O prefeito eleito de São Paulo também mudou de posição em relação ao limite de velocidade para veículos nas pistas locais das marginais Tietê e Pinheiros.

Durante sua campanha, Doria afirmou que mudaria o limite para 60km/h assim que assumisse. Agora, após pressão de vários setores, a equipe do tucano trabalha para elevar o limite somente em alguns trechos pontuais, e não mais de maneira generalizada.

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Estudos da equipe de transição indicaram não ser viável adotar um limite padrão de 60 km/h especialmente na marginal Pinheiros, por causa do intenso entra e sai de carros e pedestres de shoppings e centros empresariais.

No caso da Tietê, serão encomendados novos estudos para avaliação dos pontos que podem eventualmente ter mudança nos limites.

Durante a corrida eleitoral, tão logo anunciou que aumentaria a velocidade para conter o que chamou de indústria da multa, Doria foi alvo de críticas de engenheiros de tráfego, cicloativistas e associações em defesa de pedestres no município.

O tucano vinha sendo pressionado inclusive por entidades que trabalham junto ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) –principal cabo eleitoral de Doria – em programas de melhoria da segurança do trânsito.

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