Os discursos de Hillary e Obama que Aécio deveria assistir
Pronunciamentos de Hillary Clinton e Barack Obama após a vitória de Donald Trump são lição de responsabilidade. Discursos deveriam ser assistidos por Aécio Neves como exemplo de como se comportar diante de uma derrota eleitoral
O presidente Barack Obama e Hillary Clinton, candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, deram uma lição de como chefes de estado e lideranças políticas devem se comportar diante de derrotas político-eleitorais (vídeo abaixo).
Em pronunciamento, Obama afirmou que “não é segredo” que ele e Trump têm diferenças significativas, mas que o felicitou e o convidou para uma reunião na Casa Branca.
A chefe da campanha de Trump, Kellyanne Conway, tinha dito mais cedo que Obama telefonou para Trump na madrugada da quarta, quando ele estava em um evento com partidários em Nova York. Ele respondeu à chamada logo depois de descer do palco.
Hillary Clinton, por sua vez, disse aos que apoiaram a candidatura dela, que agora devem reconhecer que Donald Trump será presidente e merece um voto de confiança para poder liderar o país.
A transferência pacifica de poder, ela lembrou, é mais do que respeitada, é reverenciada no país.
“Donald Trump será o nosso presidente. Devemos a ele uma mente aberta e uma chance para governar. Nossa democracia constitucional resguarda a transferência pacífica do poder. E nós não apenas respeitamos isso, nós estimamos. Ela também garante o Estado de Direito”, disse Hillary.
Brasil
As cenas que agora assistimos, protagonizadas por Hillary e Obama, são muito diferentes da novela dirigida por Aécio Neves após sua derrota eleitoral na disputa pela Presidência do Brasil em 2014.
Mesmo após uma campanha agressiva, amarga e apertada (Hillary venceu no voto popular: 59,8 milhões a 59,6 milhões), os dois deram uma lição ao senador tucano.
Em 2014, na mesma semana da divulgação do resultado, Aécio pediu auditoria do resultado das urnas (Dilma teve 54,5 milhões de votos e Aécio 51 milhões).
RELEMBRE: 4 dias após a eleição presidencial, oposição já tentava afastar Dilma Rousseff
A auditoria revelou que a eleição transcorreu de maneira correta e não houve irregularidades. Não satisfeito, Aécio entrou com uma ação no TSE para impugnar na Justiça a chapa de Dilma e impedir que ela continuasse no cargo para o qual havia sido eleita. A atitude do líder do PSDB atirou o Brasil na maior crise político de sua história.
As ações do tucano encorajaram e fortaleceram movimentos pró-impeachment. O próprio PSDB financiou uma advogada para apresentar um parecer pedindo o impedimento de Dilma Rousseff por supostas práticas de pedaladas fiscais. O parecer foi aceito por Eduardo Cunha, então presidente da Câmara (hoje preso) e desafeto declarado de Dilma.
O restante da história não é segredo para ninguém. O Brasil é atualmente governado por um grupo sem voto popular que articulou a tomada do poder por vias não-democráticas, como ficou comprovado nos áudios de Romero Jucá divulgados pela Lava Jato, e as consequências para a estabilidade democrática do País são irreparáveis.
VÍDEO: