Pai mata o próprio filho e se mata por discordar de suas ideias. Engenheiro de 60 anos não aceitava envolvimento do jovem de 20 no movimento contra a PEC do governo Temer que congela investimentos em educação e saúde por duas décadas. Guilherme Silva Neto foi perseguido antes de ser assassinado
O engenheiro Alexandre José da Silva, 60, matou o próprio filho, Guilherme Silva Neto, 20, na tarde desta terça-feira (15) na cidade de Goiânia (GO). Ele discutiu com o jovem sobre o envolvimento do universitário nas ocupações escolares contra a PEC 55 (antiga 241), que congela salários e investimentos em saúde e educação.
“O pai surpreendeu o filho próximo à Praça do Avião. Segundo testemunhas, nesse momento, ele teria efetuado quatro disparos. Mesmo ferido, o jovem chegou a correr, mas o pai entrou no carro e o perseguiu até alcançá-lo. Foi quando ele atirou outras vezes”, disse o delegado Hellynton Carvalho, que esteve no local do crime.
O delegado Hellyton confirmou ainda a informação de que o engenheiro não aceitava o envolvimento do filho com as ocupações em escolas e universidades.
Após atirar contra o filho, Alexandre se debruçou sobre ele e atirou contra si. Ele foi socorrido e levado ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), mas morreu.
Guilherme era estudante do curso de Matemática na Universidade Federal de Goiás. Em seu perfil nas redes sociais, o jovem mostra-se atuante em causas como as ocupações escolares contra as OSs e a PEC55. Ele também se posicionava a favor da legalização do aborto e contra a cultura do estupro.
O jovem era o único filho do engenheiro e de Rosália de Moura Rosa Silva, delegada aposentada plantonista da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).
Estilo do filho
De acordo com amigos e familiares, o estilo de se vestir do jovem, com roupas pretas e coturnos, também irritava o pai e era motivo de discussões em casa. A mãe do jovem, uma delegada aposentada, costumava tentar acalmar os ânimos em casa.
“O pai vivia em conflito com o filho por não aceitar o modo de vida dele, que participava de movimentos sociais e movimentos estudantis. Ao que tudo indica o crime teria sido premeditado”, afirmou o delegado.
A mãe do jovem disse à polícia que, na manhã do crime, pai e filho tiveram uma discussão motivada pela reintegração de posse em uma unidade ocupada por estudantes. O jovem queria ir, mas o pai não permitiu.
com informações da mídia local
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