Vídeo-campanha sobre racismo do governo do Paraná viraliza nas redes sociais
Publicado nesta quinta-feira, vídeo-campanha que mostra funcionários de Recursos Humanos analisando fotos de pessoas brancas e negras já tem mais de 255 mil compartilhamentos e 100 mil curtidas
O governo do estado do Paraná divulgou hoje (17), no Facebook, um vídeo impactante e poderoso.
A campanha oficial expõe como o racismo existe nos pequenos detalhes e está “inserido” na mente das pessoas e em seus julgamentos diários – e como isso pode afetar entrevistas de emprego.
“Chega de fingir que é normal”, o perfil do governo paranaense escreveu para divulgar a campanha.
O vídeo é um experimento social gravado com câmeras escondidas em uma sala.
Dois grupos, com quatro profissionais de Recursos Humanos cada, foram convidados para uma reunião.
Um homem mostrava fotos para o grupo e pedia para que falassem o que achavam que a imagem representava.
Um homem correndo. Uma mulher segurando uma roupa em uma loja. Um homem de terno. Uma mulher lavando a pia de casa. Uma mulher grafitando um muro.
A diferença: para um grupo, pessoas brancas estavam nas fotografias; para outro, as pessoas das fotos eram negras.
No caso das fotografias de pessoas brancas, os profissionais de RH descreviam o homem de terno como alguém poderoso, um empresário.
Já o homem correndo era só um homem correndo. A mulher lavando a pia estava cuidando de sua própria casa. A mulher grafitando o muro era “artista”. A mulher segurando a roupa era estilista.
As fotos com modelos negros, representando as mesmas situações e contextos, causou reações bem diferentes.
O homem de terno era “segurança” ou “motorista particular”. A mulher na cozinha era “faxineira”. O homem correndo era “ladrão”. A mulher grafitando o muro era “pixadora”. A mulher segurando a roupa era “vendedora da loja”.
A diferença de percepção ficou bem clara.
O perfil do governo do estado de Pernambuco comentou o vídeo: “Parabéns pela campanha, Governo do Estado do Paraná. Estamos juntos na luta contra o preconceito racial. Uma luta inteiramente necessária para construímos uma mais sociedade justa e igualitária. Chega de fingir que é normal!”.
Assista:
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Guilherme Dearo, EXAME