Wagner Moura comenta invasão da PM à escola do MST sem mandado judicial
Como bandidos, policiais invadiram a Escola Nacional Florestan Fernandes pulando o muro e a janela da recepção do prédio. “Demonstração covarde e truculência típica de regime de exceção”, disse Wagner Moura sobre o incidente. Confira como foi a ação em fotos e vídeos
Nesta sexta-feira (4), policiais civis e militares invadiram a Escola Nacional Florestan Fernandes, do Movimento dos Sem Terra (MST), em Guararema (SP).
Os policiais pularam o muro e a janela de recepção do prédio e entraram atirando para cima. Foram utilizadas munições letais. Duas pessoas foram detidas na escola.
“O MST repudia a ação da polícia de São Paulo e exige que o governo e as instituições competentes tomem as medidas cabíveis nesse processo. Somos um movimento que luta pela democratização do acesso a terra no país e a ação descabida da polícia fere direitos constitucionais e democráticos”, diz o comunicado dos Sem Terra.
Para o MST, a operação reafirma a “tese de que movimentos sociais são organizações criminosas, já repudiado por diversas organizações de Direitos Humanos e até mesmo por sentenças do STJ”.
“Covardia típica de regime de exceção”
Os artistas Wagner Moura e Lirinha (ex-líder do Cordel do Fogo Encantado) protestaram contra a invasão sofrida pela Escola Florestan Fernandes.
“Eu queria apenas registrar o meu repúdio. Se alguém tinha dúvida que o Brasil vive um estado de exceção, um estado policialesco, a invasão Escola Nacional Florestan Fernandes é uma demonstração covarde de truculência, típica de regimes de exceção. Então esse é o meu depoimento de absoluto repúdio ao que aconteceu na escola de formação do MST”, disse Wagner Moura.
Já Lirinha, que estava no local no momento em a ação ocorreu, revelou mais detalhes do acontecido. “Mais uma prova de que estamos em um estado de suspensão da democracia. Estou agora dentro da Escola Nacional Florestan Fernandes, vim participar de uma palestra, um debate sobre cultura popular no auditório Patativa do Assaré, convite que fiquei muito feliz”, começou dizendo.
“E no meio da palestra escutamos tiros. Todos os estudantes de várias partes do mundo se mantiveram juntos, e depois fomos sabendo mais notícias. Soubemos que mais de 20 camburões estão na entrada da escola, numa ação truculenta, de muita violência. Estou aqui para fazer essa denúncia”, detalhou.
Fotos e vídeos
Depoimento de Wagner Moura:
Depoimento de Lirinha:
Vídeo registra o momento da invasão:
Imagens da invasão (por Mídia Ninja):