Rede Globo

A Rede Globo abandonou Michel Temer?

Share

Reportagens do Jornal Nacional e do Fantástico destrincham esquema de propinas do PMDB liderado por Michel Temer. A Rede Globo já trabalha com a hipótese de um substituto para o atual presidente

Jornal Nacional e Fantástico partem para cima de Michel Temer

Está cada vez mais duvidosa a permanência de Michel Temer na Presidência da República. Isto porque agora a Rede Globo, emissora que o ajudou a chegar no poder, parece ter desistido de sustentá-lo.

Na última semana, reportagens do Jornal Nacional que somaram mais de 25 minutos de duração se dedicaram a destrinchar o esquema de propinas do PMDB que está sendo exposto na delação da Odebrecht.

A emissora destacou que delatores revelaram que o grande organizador da ‘propinolândia’ era Michel Temer, presidente nacional da legenda há mais de dez anos.

Na matéria do repórter Júlio Mosquera, no Jornal Nacional, Temer foi apresentado ao público como o chefe do esquema do PMDB na Câmara dos Deputados e uma espécie de negociante de interesses privados no parlamento e no Executivo.

O telejornal mostrou que Temer e seus principais assessores, Eliseu Padilha, Moreira Franco e Geddel Vieira Lima (já demitido) aparecem como operadores de interesses da Odebrecht.

O Jornal Nacional ainda destacou o trecho em que o delator Claudio Melo Filho fala da via de mão dupla entre a empreiteira e Temer: “ela dava dinheiro e ele oferecia favores”.

No Fantástico deste domingo (11), foram revelados mais detalhes da delação da Odebrecht que parece implodir o atual governo. Além disso, o programa dominical divulgou a pesquisa Datafolha que aponta que Michel Temer amarga um recorde de rejeição.

Às pressas, Temer convocou um jantar com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), para medir o tamanho do estrago. De acordo com assessores do Planalto, o presidente avalia que o possível abandono da Globo é o que mais preocupa. Não há como sustentar o governo sem o apoio da mídia.

Segundo o jornalista mais lido do grupo Folha/UOL, Josias de Souza, o governo Temer tem prazo de validade.

“O governo Temer começou a terminar neste domingo, quando o presidente esboçou sua reação à delação da Odebrecht. De saída, concluiu que nada justifica a demissão de auxiliares como Eliseu Padilha e Moreira Franco. Não se deu conta de que nada, neste caso, é uma palavra que ultrapassa tudo. Ficou entendido que, incapaz de curar a doença, opera para esconder a radiografia”, observa Josias.

“Temer não ode mais culpar a herança de Dilma Rousseff por tudo. O apodrecimento do PMDB é culpa dos políticos que o controlam. Temer preside a legenda há 15 anos. Não demite padilhas e moreiras porque eles não fizeram nada que não estivesse combinado. Não se afasta de renans e jucás porque todos os gatunos ficaram pardos depois que o PMDB virou apenas mais uma organização partidária com fins lucrativos”, acrescenta o jornalista.

VÍDEOS:

Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook