Para defender as novas regras da aposentadoria, correligionário de Michel Temer chama aposentados de 'vagabundos remunerados' (vídeo). Alceu Moreira (PMDB) é relator da reforma da Previdência na Câmara
Escolhido relator da reforma da Previdência na Câmara, texto cujo propósito central é remodelar a aposentadoria e demais direitos previdenciários, o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) classificou como “vagabundo remunerado” o segurado atingido pela medida provisória (MP 739/2016) que visava alterar a concessão de benefícios pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), tornando mais rígidas as regras para o acesso ao auxílio-reclusão e ao salário-maternidade, por exemplo.
O deputado nega ter se referido aos aposentados. O assunto chegou a ser discutido em plenário, mas a tramitação da matéria não foi concluída até 4 de novembro, quando a MP perdeu a validade, levando o governo a rediscutir a questão por meio de projeto de lei.
Em 24 de outubro, ao subir à tribuna do plenário para discutir a matéria, Alceu Moreira atacou o que chamou de “vagabundização remunerada” e provocou um bate-boca com a líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ), com reprimenda do deputado Gilberto Nascimento (PSC-SP).
“Aviso aos navegantes: o tempo da vagabundização remunerada acabou! Nós vamos, certamente… Não adianta gritar. É que dói. Vagabundo remunerado não receberá”, discursava o peemedebista, quando ouviu os primeiros protestos de Jandira.
“Olha o respeito aos trabalhadores!”, interveio a deputada. “Eu dispenso o seu conselho”, devolveu Alceu Moreira.
VÍDEO:
Membro da bancada ruralista, Alceu Moreira é um dos principais porta-vozes do governo Michel Temer na Câmara.
O presidente é considerado ficha suja porque, no pleito de deputado em 2014, fez doações acima do teto legal a ele e ao colega de bancada, o também gaúcho Darcísio Perondi.
De acordo com o processo ensejado pelo Ministério Público Eleitoral, Temer doou R$ 100 mil aos membros do ala oposicionista radical do PMDB quando o partido ainda era parceiro da gestão Dilma. Ambos votaram a favor do impeachment da petista em 17 de abril.
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