Mães (e pais) que criam filhos sozinhas: as pessoas mais fortes que você irá conhecer na vida
Ela é mãe e pai. Isso pode ser legal em alguns momentos, mas em muitas ocasiões é simplesmente exaustivo. Ela não precisa negociar, nem pedir desculpas, nem estar de acordo com nenhuma outra pessoa que não seja ela mesma. As decisões são dela. Claro que não é fácil, mas ao mesmo tempo essa situação lhe proporciona uma autonomia única (que às vezes dá medo). A “mãe solo” não tem que conversar, nem discutir sobre o que considera melhor para o seu filho: religião, escola, esporte, corte de cabelo. O que ela quer para o filho, ela faz – ou se esforça para conseguir fazer.
A relação com o filho é de um companheirismo único, ela sabe que é “a pessoa” que ele pode contar. O filho não tem como, por exemplo, ir reclamar com o papai quando se revolta contra alguma proibição dela. É ela na linha de frente, para coisas pequenas e grandes, seja lá o que aconteça. Ela espera de todo o coração que a história familiar não o machuque demais, mas no fundo ela sabe que muito provavelmente algum dia, em algum momento, vai doer.
Passar por um parto “sozinha” lhe traz uma força incomparável e difícil de explicar. Ela se sente tomada por uma energia e uma coragem que a faz acreditar que irá conseguir passar por qualquer coisa sozinha. Neste momento, ela tem a certeza que poderá fazer tudo por e com o seu filho.
Sua família é sua base de sustenção, seus maiores apoiadores. Sua mãe foi provavelmente a pessoa que a acompanhou durante o pré-natal e que lhe deu a mão quando ela precisou. Toda ajuda e carinho vindos da família são fundamentais. Às vezes, contudo, ela tem que explicar para a mãe dela, ou para qualquer um da família que lhe ajuda muito, quem é a mãe da criança.
Existem momentos, como por exemplo, na sala de espera do médico, em que ela gostaria de não estar rodeada de casais felizes e funcionais. Em algum momento, ela se dá conta de que a sombra daquele homem que escolheu “não estar” estará sempre presente. Sempre. E ela espera de todo o coração, pelo bem do filho, que a história não se complique mais no futuro. No entanto, quando ela começa a perceber que é mesmo capaz de criar o filho sozinha, esse homem deixa de ser tão importante. E contrariando todas suas previsões mais pessimistas, um dia chega alguém que deseja estar com ela, que aceita o pacote completo, que ama o filho dela e que deseja fazer parte da vida dela. É um momento mágico, algo que talvez ela não acreditasse que poderia acontecer.
Às vezes, o dia dos pais é doído. Apesar dela saber que é capaz de fazer qualquer coisa por essa pessoinha que ela tem ao lado, ela se pergunta constantemente se está dando conta do recado e quanto tempo mais vai aguentar tudo isso sozinha. Sim, faltam algumas coisas, nem tudo é perfeito, mas o filho é o mais importante na vida dela. E esse amor gigantesco faz ela se superar todos os dias.
Palmas para todas as mães (e pais) que criam seus filhos sozinhos. Esta tarefa não é fácil para ninguém, ainda mais quando você não tem com quem dividi-la. Suas batalhas, com fracassos e vitórias, irão lhe testar por toda a vida. E algum dia você vai verdadeiramente se dar conta do quanto você foi forte.
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A íntegra da carta de Manuela D’Ávila a Marcela Temer
Esse texto é uma adaptação livre do texto “Hay cosas que solo entiende una mamá que cría sola”.
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