Vídeo de artista chilena sendo imobilizada, agredida e presa por estar cantando em estação de metrô de Brasília provocou indignação. “Nunca imaginei que fosse me deparar com tamanha covardia contra uma artista”, disse testemunha que gravou a agressão
Uma artista chilena foi agredida e detida por “perturbação do trabalho e sossego alheio” porque recebia cantando os passageiros em uma estação de metrô de Brasília.
O caso aconteceu na noite de quarta-feira (9) na estação Shopping, a poucos quilômetros do centro da capital do país.
A moça, identificada como Alexandra Andrea Briones Silva, 24 anos, chegou ao Brasil em setembro de 2016.
Segundo testemunhas, a artista chilena foi impedida de cantar pelos seguranças; eles disseram que cantar era proibido no local.
No vídeo, os seguranças imobilizam e algemam Alexandra. A mulher chora bastante e parece não entender o que está acontecendo.
A artista explica que chegou de Valparaíso do Chile e diz: “Eu só sou uma menina que quero fazer música e conhecer o país.”
O produtor cultural Rodrigo Deoli passava pelo local e fez um vídeo da confusão. “Nunca imaginei que fosse me deparar com tamanha covardia contra uma artista”, relatou.
Assim que o chefe da equipe de seguranças chegou ao local, um dos homens disse que a moça teria chutado um deles. De acordo com testemunhas, isso em momento nenhum ocorreu.
Segundo o advogado criminalista Marcelo Turbay, a ação dos seguranças foi vergonhosa e vai na contramão do que acontece nas grandes cidades do mundo.
“Enquanto pelo mundo inteiro artistas de rua se apresentam em todos os cantos, Brasília presenciou um espetáculo de truculência e insensibilidade”, ressaltou.
VÍDEO:
Depois de ser liberada, Alexandra lamentou o uso de força desproporcional contra “uma artista da rua que só queria entregar amor e música boa ao povo brasileiro”.
Assim que foi abordada, ela contou que pediu aos seguranças para apenas terminar a canção que havia começado, mas ‘eles não entenderam’ e partiram para a agressão.
“Precisamos de mais amor no coração e menos ódio. Precisamos falar, conversar mais, ao invés de usarmos a violência”, desabafou Alexandra.
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook