Meios de comunicação que compõem a chamada 'grande mídia' não encontram respostas para um questionamento inquietante: como Lula pode ser favorito para a eleição de 2018 mesmo sendo diariamente bombardeado?
Os meses que antecederam o impeachment de Dilma Rousseff foram marcados por divulgações de pesquisas quase que semanais. Os dados dos institutos Ibope, Datafolha e MDA costumavam ser usados como justificativa para reforçar a necessidade de tirar do poder a presidente eleita.
Desde que Michel Temer sentou na cadeira presidencial a incidência de pesquisas eleitorais e de avaliação de governo diminuiu drasticamente. E mesmo quando são realizadas, as pesquisas, a depender do que revelem, são publicadas em notas de rodapé, com nenhum destaque.
Foi o que aconteceu nesta quarta-feira (15), com a divulgação da pesquisa CNT/MDA para a Presidência da República que aponta Lula como o nome mais forte para as eleições de 2018 (confira os números aqui). O ex-presidente lidera as intenções de voto no primeiro turno tanto na pesquisa espontânea quanto na estimulada.
Minutos e horas após a divulgação dos números da pesquisa, o resultado não constava nas primeiras páginas de O Globo, Folha, Estadão, UOL e G1, os portais de notícias mais acessados do Brasil e que pertencem aos grandes conglomerados de comunicação.
No Estadão houve nota de canto de página. Folha e Globo foram mais audaciosos: simplesmente ignoraram a pesquisa. Pragmatismo Político não obteve respostas ao entrar em contato com os veículos para saber por que os dados da CNT/MDA foram ofuscados.
A verdade é que os meios de comunicação não encontram respostas para um questionamento inquietante: como Lula pode ser favorito para a eleição de 2018 mesmo sendo diariamente bombardeado?
O ex-presidente é alvo de campanha difamatória engendrada pelos grandes jornais e tvs há anos, tendo vida pessoal e negócios destrinchados, mas permanece muito vivo politicamente.
Michel Temer, por outro lado, que foi alçado ao poder com a ajuda da imprensa, amarga péssimos índices de avaliação pessoal e de governo, além de figurar em último lugar na pesquisa CNT/MDA.
A avaliação positiva de Temer caiu de 14,6% para 10,3%, enquanto a aprovação pessoal do atual presidente caiu de 31,7% para 24,4%. A desaprovação foi de 51,4% para 62,4%.
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