Irã confirma ter realizado teste com míssil balístico para ‘defender objetivos e interesses nacionais’. Estados Unidos e Rússia reagiram de maneiras distintas ao teste
O ministro de Defesa do Irã, Hossein Dehghan, confirmou nesta quarta-feira (01/02) que o país realizou um lançamento de míssil balístico, um teste que gerou preocupação entre vários países da comunidade internacional.
“O recente teste está dentro de nossos programas e não permitiremos a ingerência estrangeira em nossos assuntos de defesa“, disse Dehghan, segundo a agência Tasnim.
Em resposta à reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre o assunto nesta terça-feira (31/01), Dehghan afirmou que o teste não viola o acordo nuclear assinado pelo Irã em 2015 nem a resolução 2231 das Nações Unidas, que proíbe o país de executar testes com mísseis com capacidade de carregar ogivas atômicas.
“Esse teste faz parte da rotina de nossos programas e sempre anunciamos que usaremos nossos programas para a fabricação de itens defensivos, para defender nossos objetivos e interesses nacionais“, ressaltou Dehghan.
A Rússia, por sua vez, opinou que a resolução 2231 “não proíbe” o Irã deste tipo de atividade, mas somente contém um “apelo” para evitá-la, e acusou os Estados Unidos e Israel de tentarem “aquecer a situação”. Outros membros do Conselho, como o Reino Unido, se referiram aos testes como “inconsistentes” com a resolução, embora tenham evitado falar em “violações”.
Na terça-feira, sem confirmar os fatos, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, afirmou que a República Islâmica não usará mísseis balísticos para atacar outros países, embora se reserve o direito de se defender, nem os utilizará para levar ogivas nucleares.
Sobre a preocupação da comunidade internacional, o chanceler ressaltou que o Irã “não precisa de permissão para se defender“. “Esperamos que as discussões sobre os programas defensivos do Irã e que estão fora da resolução 2231 e do acordo nuclear não se transformem em uma desculpa para jogos políticos“, alertou Zarif, se referindo aos Estados Unidos.
Dehqan não deu detalhes sobre o lançamento do míssil. A nova embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, disse após o término na reunião do Conselho de Segurança que o teste era “absolutamente inaceitável“.
“Vamos atuar. Vamos ser fortes, claros e faremos o necessário para proteger os americanos e as pessoas no mundo todo“, disse a diplomata nas Nações Unidas.
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Agência Efe
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