Barbárie

Juiz diz que assassinos de Wesner cometeram ‘imbecilidade oceânica’

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Juiz que analisa caso de empalamento de Wesner Moreira pede a prisão dos acusados e diz que episódio é "revestido de uma imbecilidade oceânica". No despacho, o magistrado entendeu que o caso se trata de homicídio com dolo eventual

Thiago Demarco Sena e Willian Henrique Larrea, assassinos de Wesner Moreira

No dia 3 de fevereiro, Thiago Demarco Sena e Willian Henrique Larrea colocaram uma mangueira de compressão de ar no ânus de Wesner Moreira Silva.

A tortura contra o jovem de 17 anos só parou quando ele começou a defecar e vomitar. Wesner foi socorrido em estado grave e perdeu parte do intestino. Ele ficou internado na Santa Casa de Campo Grande (MS) por 11 dias antes de morrer.

Enquanto esteve no hospital, o adolescente contou para a família detalhes sobre a agressão, disse que perdoava os acusados, mas pediu que eles fossem presos (saiba mais aqui).

Ao delegado de polícia, Wesner afirmou que o que ele sofrera não era fruto de uma brincadeira, como sugeriram alguns veículos de comunicação.

O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) e analisado pelo juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal de Campo Grande.

Ao analisar o pedido de prisão preventiva dos acusados, o magistrado considerou que o ato praticado por Thiago Demarco Sena e Willian Henrique Larrea é “revestido de uma imbecilidade oceânica”.

Em seu despacho, o magistrado explica que “não há como alegarem que o ato por eles praticado não poderia causar a morte de uma pessoa”.

Apesar do caso ser investigado como crime de lesão corporal de natureza grave, o juiz entende que a situação deve ser tratada como homicídio inicialmente tentado e agora consumado, em razão da morte da vítima.

Ainda no despacho, o magistrado diz que “quando alguém direciona uma mangueira de ar comprimido contra o corpo de outrem, pode até dizer que não se está tentando matar o outro, mas qualquer pessoa minimamente sana sabe que injetar uma mangueira de ar comprimido em alguém, provavelmente causará a sua morte ou, ao menos, sérias lesões”.

Nessa lógica, o juiz entendeu que o caso se trata de homicídio com dolo eventual, já que os indiciados assumiram o risco de causar a morte de alguém, e encaminhou o pedido de prisão para uma das Varas do Tribunal do Júri. O processo tramita em segredo de Justiça.

ENTENDA O CASO WESNER MOREIRA AQUI

com informações de mídia local e G1

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