Sírio Libanês anuncia demissão de médica que vazou diagnóstico de Marisa Letícia. Gabriela Munhoz espalhou as informações sigilosas para colegas de profissão em grupo de WhatsApp. Ela chegou a sorrir ao ler reações sádicas de outros médicos
A médica Gabriela Munhoz, 31, foi demitida do Hospital Sírio-Libanês. O anúncio foi feito oficialmente nesta sexta-feira (3).
Gabriela divulgou em um grupo de WhatsApp reservado para colegas de profissão os resultados sigilosos de exames da ex-primeira-dama Marisa Letícia Lula da Silva.
A partir daí, reações inescrupulosas foram registradas e médicos explicaram até procedimentos para matar a esposa de Lula — caso do neurocirurgião Richam Faissal Ellakkis.
Em determinado momento, o médico residente em urologia Michael Hennich ‘brincou’ quando Gabriela disse que dona Marisa não tinha sido levada, ainda, para a UTI: “Ainda bem!”. A jovem médica respondeu com risadas.
SAIBA MAIS:
— O sadismo dos médicos que tiveram acesso ao diagnóstico de dona Marisa
— Neurocirurgião que explicou como matar Marisa em cirurgia deleta Facebook
“O Sírio-Libanês tem uma política rígida relacionada à privacidade de todos os seus pacientes e repudia a quebra do sigilo de pacientes por qualquer profissional de saúde. Por não permitir esse tipo de atitude entre seus colaboradores, a instituição tomou as medidas disciplinares cabíveis em relação à médica, assim que teve conhecimento da troca de mensagens”, disse o hospital, em nota.
Segundo o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), de acordo com o Código de Ética Médica, é vedado ao médico “permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade”.
Também não é permitido “liberar cópias do prontuário sob sua guarda, salvo quando autorizado, por escrito, pelo paciente, para atender ordem judicial ou para a sua própria defesa”, esta última em situação de sindicância ou processo ético-profissional.
“No cenário de doentes ‘notáveis’, a informação para o público deve ocorrer por meio de boletim médico autorizado pelo paciente ou responsável”, diz o Cremesp.
Dona Marisa Letícia teve morte cerebral decretada nesta quinta-feira (2) após a realização de um exame doppler craniano. Depois do resultado do doppler, a família autorizou o início do procedimento para a doação de órgãos. A ex-primeira-dama sofreu um AVC hemorrágico há dez dias.
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook