Universitário vítima de homofobia no carnaval é agredido e fratura a mão
Jovem gay levou socos no rosto 'sem motivo aparente' em prévia do carnaval de Olinda. Ao correr assustado, o universitário caiu em ladeira, torceu o tornozelo e fraturou a mão. “É o preço que se paga por ser gay no Brasil”, desabafou
O jovem universitário Marcos Antônio Valdevino, 20, foi agredido enquanto passeava pelas ladeiras de Olinda na prévia carnavalesca.
O estudante, que cursa letras na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sofreu um ataque homofóbico enquanto esperavam colegas na porta de um estabelecimento na Rua 13 de Maio.
Marcos foi recebeu, do nada, golpes no rosto de um homem que passava no local. Ao correr assustado, o jovem acabou caindo enquanto descia uma escadaria, o que lhe rendeu arranhões pelo corpo, torção no pé e fratura na mão. Ele registrou B.O na Delegacia de Boa Viagem.
Nas redes sociais, o jovem desabafou. “Hoje eu apanhei por ser homossexual. Aconteceu em Olinda, Pernambuco. Esse é o preço que você paga por ser gay no Brasil”.
“Eu estava esperando meus amigos quando um homem forte aparentando 40 anos se aproximou de mim e deu dois tapas no meu rosto. No segundo tapa eu cai no chão e ele tentou me chutar. Nessa hora, consegui me levantar e sair correndo para escapar das agressões. Foi quando cai na escada e me machuquei ainda mais. Ele também ficava gritando que eu era viado”, detalhou.
Após a agressão e a queda, Marcos ficou com o pé direito inchado e que quebrou a mão direita. “Estou sentindo muitas dores, mas não vou ficar calado. É preciso levar isso adiante. A gente pensa que nunca vai acontecer com a gente, mas acontece. Depois de tudo ainda tentei procurar um posto médico por perto e não encontrei. Um policial militar que me viu chorando se aproximou e perguntou o que havia acontecido. Quando eu respondi que havia sofrido um ataque homofóbico, ele questionou se eu estava beijando alguém na rua, o que não aconteceu, e disse que não poderia fazer nada para me ajudar”, completou.
O mesmo homem que agrediu Marcos também xingou seus amigos. “O cara gritava para eles irem se beijar em outro lugar, mas ninguém estava se beijando ali. Está claro que isso foi pura homofobia. Não podemos aceitar que esse tipo de coisa ainda ocorra nos dias de hoje”, ressaltou.
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