Youtuber que tem página mais popular do que dupla financiada por Michel Temer explica por que não aceitou dinheiro do governo para fazer publicidade velada da Reforma do Ensino Médio
Um levantamento do jornal Folha de S.Paulo a partir de dados coletados a partir do Portal da Transparência revelou que Michel Temer pagou quase R$ 300 mil para youtubers defenderem a polêmica Reforma do Ensino Médio.
Até aí, tudo bem. O problema é que, primeiro, a publicidade foi feita de maneira camuflada, dando a entender que se tratava de conteúdo espontâneo, e não publicitário.
Segundo, quem responde por um dos canais agraciados com os milhares de reais do governo é o youtuber Lukas Marques, jovem com um vasto histórico de comentários depreciativos contra negros, mulheres, gays e nordestinos (relembre aqui).
Por outro lado, houve quem recusasse o dinheiro do governo por questões de princípios. Foi o caso de Felipe Neto, youtuber que detém, inclusive, mais engajamento e seguidores que os canais contratados pelo Ministério da Educação.
Nas redes sociais, Felipe revelou que foi um dos procurados para realizar a campanha publicitária encomendada pelo Ministério da Educação (MEC) sobre a reforma do Ensino Médio.
Ele explica que recusou a proposta porque não concordava com o conteúdo da campanha e porque não realiza peças em que precisa “fingir que é 100% espontânea”.
“Já fiz isso no passado. Mas aprendi com os erros. Eu prefiro que meu público saiba que está vendo uma publicidade”, disse.
Felipe aproveitou para incentivar os youtubers a seguirem sua postura, “por respeito ao público e para seguir as normas da publicidade”.
Ele também criticou as mudanças no Ensino Médio aprovadas pelo governo. “No fim, eu também recusei por outro motivo: a reforma do Ensino Médio é uma bosta. A educação no Brasil está errada do início ao fim”, afirmou.
SAIBA MAIS SOBRE AS MUDANÇAS NO ENSINO MÉDIO AQUI.