Governo tenta desmerecer manifestações em todo o Brasil afirmando que os grevistas (professores, motoristas, metroviários, bancários) são de categorias que já são bem remuneradas. Globo e Folha reforçaram o discurso de Michel Temer ao longo do dia e tentaram criminalizar atos
As principais cidades brasileiras realizaram e ainda estão realizando nesta quarta-feira (15) protestos contra a reforma da Previdência proposta pelo atual governo. Atos foram registrados em mais de 200 cidades.
Ignorando as manifestações, o presidente Michel Temer disse, na tarde de hoje, diante de uma plateia de empresários, que a sociedade brasileira está compreendendo a necessidade de apoiar a reforma. O discurso foi realizado na sede do Sebrae, em Brasília.
“A sociedade brasileira, pouco a pouco, vai entendendo que é preciso dar apoio a este caminho para colocar o país nos trilhos”, disse Temer.
Segundo informe divulgado pela GloboNews, o governo afirma que as paralisações desta quarta-feira são organizadas por categorias que já são muito bem remuneradas e que, portanto, estariam reclamando de ‘barriga cheia’.
A verdade é que as manifestações são organizadas por professores da rede pública, estudantes, motoristas e cobradores de ônibus, metroviários, bancários, metalúrgicos, aposentados e outros representantes da classe trabalhadora. Está claro que nenhuma das categorias representa algum setor privilegiado da sociedade, ao contrário do que diz o governo.
Ao longo do dia, reportagens publicadas pela Folha e por veículos ligados à Globo tentaram criminalizar as manifestações e a greve geral.
As matérias tentaram desassociar os manifestantes do que chamaram de “população de bem”, sob a justificativa de que os grevistas estariam afetando o bem-estar social, com paralisações de serviços e implicações no trânsito.
Uma mensagem de um cartaz escrito por professores e pregado na porta de uma escola explica o que a grande mídia não quer que a população compreenda:
“Queridos alunos, sentiremos a falta de tuas brincadeiras, palavras e de seu sorriso. Sentimos muito não poder estar na escola, nas salas de aula, que são como tua casa. Tivemos que ir à luta por nossos direitos e também pelos teus, para que amanhã saibas que alguém te defendeu e o fez com todo o coração. Espero que entendas. Não estou deixando de ensinar, estou te ensinando a lutar e a defender teus direitos!
Seus professores”
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