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Grupos europeus arrematam aeroportos brasileiros por R$ 1,4 bilhão

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Privatização dos aeroportos de Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis foram levados por grupos europeus em leilão e renderam R$ 1,4 bi ao governo brasileiro. Veja os vencedores dos leilões e quanto cada um desembolsou

(Imagem: Pragmatismo Político)

O governo federal leiloou hoje quatro aeroportos: Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis.

O valor em lances mínimos, que devem ser desembolsados no momento da compra, ficou em R$ 1,46 bilhão, ágio de 93,7% sobre o mínimo estabelecido.

O valor a ser desembolsado no período total da outorga foi de R$ 3,72 bilhões, ágio de cerca de 23%. Todos os leilões foram vencidos por grupos europeus.

Lances e vencedoras

O aeroporto de Salvador foi arrematado por R$ 660,9 milhões pela Vinci Airports, um grupo francês que tem se expandido para mercados emergentes.

Foi a única proposta e o ágio foi de 113,2% em relação ao valor mínimo, de R$ 310 milhões.

O aeroporto de Fortaleza foi levado por R$ 425 milhões (ágio de 18%) pela Fraport AG Frankfurt Airport Services, um consórcio alemão que hoje administra o aeroporto de Frankfurt, um dos mais movimentados do mundo.

O de Porto Alegre foi leiloado por R$ 290,5 milhões (ágio de 852%) também pela Fraport, que já havia participado dos leilões de aeroportos em 2013 mas não havia conseguido levar nenhum.

Um mesmo grupo podia vencer mais de um aeroporto, desde que não estivesse na mesma região.

O aeroporto de Florianópolis foi arrematado por R$ 83,3 milhões, ágio de 57%. A vencedora foi a suíça Zurich International Airport AG, que também administra o aeroporto de Zurique.

Investimentos e demanda

O governo estima que um total de R$ 6,6 bilhões seja investido nos 4 aeroportos ao longo do período de concessão de 30 anos (25 anos para o de Porto Alegre). Todos são prorrogáveis por 5 anos.

Os contratos exigem melhorias específicas em cada um, como ampliação dos terminais e dos pátios das aeronaves.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os quatro aeroportos leiloados são responsáveis por 11,6% dos passageiros, 12,6% das cargas e 8,6% das aeronaves do tráfego aéreo brasileiro total.

O processo foi marcado pela alta participação estrangeira em um cenário onde as construtoras brasileiras foram atingidas pela Lava Jato e estão com baixa capacidade financeira.

A concorrência também foi menor. 5 consórcios participaram quando os aeroportos de Galeão e Confins foram leiloados em 2013, e os aeroportos de Guarulhos, Brasília e Campinas tiveram 11 concorrentes em 2012.

Uma das preocupações expressas por empresas que não participaram foi de que as projeções de utilização futura do governo não estavam atualizadas.

A demanda por voos domésticos no Brasil caiu 5,7% em 2016, a primeira queda desde 2003, e a oferta de lugares em voos caiu 5,9%, primeira redução desde 2013.

O leilão foi visto como um teste da capacidade do governo Temer de atrair investimentos na infraestrutura do país.

Uma das principais mudanças em relação às rodadas anteriores é que a Infraero deixou de ter participação majoritária.

João Pedro Caleiro, Exame

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