Redação Pragmatismo
Governo 15/Mar/2017 às 16:19 COMENTÁRIOS
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Temer chama Wagner Moura de mentiroso após vídeo e ator rebate

Publicado em 15 Mar, 2017 às 16h19

Irritado com um vídeo didático narrado por Wagner Moura que explica a Reforma da Previdência proposta pelo governo, Michel Temer chamou o ator de mentiroso. Moura rebateu

wagner moura temer reforma da previdência

O ator Wagner Moura narrou recentemente um vídeo sobre as ameaças aos direitos dos trabalhadores contidas na reforma da Previdência proposta pelo governo Temer e que tramita atualmente no Congresso Nacional. O conteúdo viralizou (assista abaixo).

“Querem aprovar a idade mínima para aposentadoria aos 65, isso num país onde muitos morrem antes disso. A expectativa de vida em várias regiões do norte e nordeste está abaixo de 65 anos. Nas periferias das grandes cidades, também. Em São Paulo, por exemplo, bairros como Capão Redondo, São Mateus, Grajaú e tantos outros têm média de vida menor que 65 anos. Assim vão transformar o INSS numa funerária. As pessoas vão se aposentar no caixão”, descreve o vídeo. Ele lembra ainda que o presidente Michel Temer se aposentou aos 55 anos, ganhando mais de R$ 30 mil.

O vídeo também critica o desastre maior que a reforma da Previdência representa para as mulheres. Por conta da dupla jornada submetida às mulheres, que trabalham fora e têm de cuidar dos filhos e das tarefas domésticas, igualar a idade mínima entre homens e mulheres é “uma tremenda injustiça”, diz o material.

“O Brasil ainda é um país machista e a maior parte dos serviços domésticos, infelizmente, sobra para mulheres. Com esse acúmulo de trabalho, é justo que as mulheres se aposentem antes, como é hoje. A reforma da Previdência quer acabar com esse direito.”

Temer ataca Moura

Preocupado com a grande disseminação do vídeo narrado por Wagner Moura, o presidente Michel Temer ordenou a gravação de um outro vídeo para rebater os argumentos do conteúdo crítico à Reforma.

A produção, elaborada pela equipe de comunicação do governo, dedicou-se ainda a atacar pessoalmente o ator e sugeriu que ela estava mentindo e enganando a população.

“Tem muita gente tentando enganar você. O MTST contratou 1 ator para inventar uma ficção sobre a reforma da Previdência”, diz a introdução do filme.

Em resposta ao governo, Wagner Moura divulgou uma nota, através de sua assessoria, informando que não recebeu um centavo pelas gravações e que apoiou a iniciativa voluntariamente.

“Wagner Moura esclarece que diferentemente do que foi dito no vídeo publicado pelo governo federal em suas redes sociais no dia 14 de março, ele não foi contratado pelo MTST para vídeo contra a proposta de reforma da previdência. Wagner participou voluntariamente da mobilização, pois ao contrario do que diz o vídeo do governo, acredita que essa reforma representa mais um enorme prejuízo aos direitos dos trabalhadores brasileiros”, diz a nota.

Segundo o site Poder 360, a assessoria de Wagner Moura informou que o ator estuda acionar a Justiça contra o governo.

VÍDEO — O QUE É A REFORMA DA PREVIDÊNCIA:

Juíza suspende vídeo de Temer

A juíza federal Marciane Bonzanini, da 1a. Vara Federal de Porto Alegre, concedeu liminar em ação civil pública impetrada no Rio Grande do Sul. Ela determinou que a campanha publicitária patrocinada pelo governo de Michel Temer (PMDB) em defesa da Reforma da Previdência fosse cancelada.

Segundo a ação, a campanha “busca tão somente angariar apoio popular a um projeto do Governo Federal – cujo teor não é divulgado nas peças – e o faz por meio da ampla e contundente divulgação de mensagens que não trazem informação alguma, senão disseminam insegurança e medo na população, ao enfatizarem que os benefícios e as aposentadorias podem deixar de ser pagos, caso a reforma proposta pelo Governo Federal não se concretize”.

Assim, a juíza deferiu o pedido de tutela de urgência, determinado a imediata suspensão, em todo o território nacional, de todos os anúncios da campanha de Temer sobre a Reforma da Previdência nas diversas mídias em que vem sendo publicadas, sob pena de multa diária de 100 mil reais em caso de descumprimento. Bonzanini deu um prazo de 72 horas para o governo federal se manifestar sobre o tema.

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