"Esse juiz que ganha acima do teto constitucional, que divulga telefone de presidente da república, que divulga conversas pessoais da ex-primeira-dama, um cara que vai no Facebook pedir apoio popular, um sujeito que vai a encontro com políticos do PSDB e fica dando risada no ouvido de Aécio, isso não é um juiz faz tempo"
“Esse juiz que veste camisas negras, que é um privilegiado, que ganha acima do teto constitucional. Um sujeito que divulga telefone de presidente da república, que divulga conversas pessoais da ex-primeira-dama, um sujeito que vai a encontro com políticos do PSDB e fica dando risada e falando no ouvido do Aécio, isso não é um juiz faz tempo. Isso é um justiceiro. Um cara que vai no Facebook e pede apoio popular, é um justiceiro de filme de bangue-bangue, e é assim que temos que trata-lo“.
A declaração acima foi proferida pelo jornalista Rodrigo Vianna na noite desta terça-feira (21) em um ato contra a censura e pela liberdade de expressão em razão da condução coercitiva arbitrária do blogueiro Eduardo Guimarães a mando de Sergio Moro. A reunião contou com a participação de jornalistas e representantes de movimentos sociais.
Vianna, entre outras coisas, referia-se ao vídeo divulgado pela esposa de Moro no Facebook onde o juiz faz um discurso político e aos seguintes fatos:
1. Relação amistosa entre Moro e Aécio
2. Divulgação ilegal de interceptações telefônicas
3. Salário recebido muito acima do teto Constitucional permitido
De acordo com Eduardo Guimarães, a ação de Moro não se limita a atingir uma única pessoa, mas tem como objetivo intimidar todos que apontarem os equívocos jurídicos, excessos e seletividade da operação. Isto é, todos que divergirem do juiz da Lava Jato estarão sujeitos aos seus devaneios em forma de abuso de poder.
É por esta razão que até mesmo jornalistas da grande mídia, mesmo não estando entre os alvos principais de Moro, declararam-se a favor de Guimarães após sua condução coercitiva.
Ainda na noite de ontem, o ator Sergio Mamberti relembrou o que aconteceu com o jornalista Vladimir Herzog para traçar um paralelo com o que se vê no Brasil atual, usando o caso Eduardo Guimarães como exemplo.
“Quem sofreu com a ditadura sabe que esse processo que está instalado no Brasil é um processo ilegítimo, golpista e ditatorial. Eu era muito próximo do Vladimir Herzog. Ele foi levado da mesma maneira [que o Eduardo], para testemunhar – a única diferença era que era um general – foi levado coercitivamente. Também chegaram de madrugada, quando levaram o Vladimir. No final da tarde, entregaram o cadáver dele”, disse.
Fim de casamento e suicídio
Algumas decisões de Sergio Moro contra inocentes já provocaram fim de casamento e tentativa de suicídio.
Mateus Coutinho, ex-diretor da OAS, teve sua vida arruinada após ser preso por ordem do juiz: perdeu o emprego, foi abandonado pela esposa e impedido de conviver com a filha pequena por quase seis meses (saiba mais aqui).
Sua absolvição pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região deixou patente a arbitrariedade do juiz da Lava Jato.
Outra decisão equivocada de Sergio Moro corrigida pelo TRF-4 quase acaba em morte (relembre aqui).
O sociólogo Branislav Kontic tentou o suicídio ingerindo 40 comprimidos depois que Sergio Moro transformou sua prisão temporária em preventiva.
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