No momento em que o atual governo e a Câmara dos Deputados sacramentam uma ofensiva ostensiva e sem precedentes contra os direitos dos trabalhadores brasileiros, uma música de Raul Seixas, criada há 40 anos, enquadra-se perfeitamente no contexto da Greve Geral
Na noite desta quarta-feira (26), a Câmara dos Deputados aprovou, por 296 votos a 177, o Projeto de Lei (PL) 6.787, conhecido como “reforma” trabalhista, de acordo com o substitutivo do relator, Rogério Marinho (PSDB-RN).
A votação foi concluída por volta das 23h em uma sessão que durou mais de 10 horas. Em seguida, iniciaram-se votações dos destaques ao texto (veja aqui como votou cada deputado).
Antes, o plenário rejeitou dois requerimentos da oposição pedindo o adiamento da votação do projeto. O substitutivo praticamente acaba com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Se passar no Senado Federal e for sancionado por Michel Temer, o acordo coletivo prevalecerá sobre a legislação em vários itens.
Neste contexto de aprovação de uma lei que representa um golpe sem precedentes contra os direitos dos trabalhadores brasileiros, a importância da greve geral fica ainda mais evidente e a paralisação desta sexta-feira (28) ganha força (veja aqui quem para amanhã).
Para musicalizar este momento crítico, internautas têm utilizado uma canção de Raul Seixas gravada e lançada há exatos 40 anos, em 1977.
Ouça abaixo:
Letra (No dia em que a Terra parou):
Essa noite eu tive um sonho
de sonhador
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
com o dia em que a Terra parou
Foi assim
No dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
o planeta
Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém ninguém
O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
E o guarda não saiu para prender
Pois sabia que o ladrão, também não tava lá
e o ladrão não saiu para roubar
Pois sabia que não ia ter onde gastar
No dia em que a Terra parou
E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois sabiam que o padre também não tava lá
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia o professor também não tava lá
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar
No dia em que a Terra parou
O comandante não saiu para o quartel
Pois sabia que o soldado também não tava lá
E o soldado não saiu pra ir pra guerra
Pois sabia que o inimigo também não tava lá
E o paciente não saiu pra se tratar
Pois sabia que o doutor também não tava lá
E o doutor não saiu pra medicar
Pois sabia que não tinha mais doença pra curar
No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah)
Essa noite eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, acordei
No dia em que a Terra parou (Oh Yeeeah)
No dia em que a Terra parou (Ôôô)
No dia em que a Terra parou (Eu acordei)
No dia em que a Terra parou (Acordei)
No dia em que a Terra parou (Justamente)
No dia em que a Terra parou (Eu não sonhei acordado)
No dia em que a Terra parou (Êêêêêêêêê…)
No dia em que a Terra parou (No dia em que a terra
parou)
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