Francisco Julio Xavier*, Pragmatismo Político
A situação é de desanimar, embora os jornais e a grande mídia tenha em seu foco aliviar a cara daqueles que estão fazendo do Brasil o país do faz de conta: faz de conta que é lindo, faz de conta que “está tudo bem”, faz de conta que “somos do bem e o bem estamos fazendo”. Eles não falam em língua padrão. Falam embriagados no posicionamento, com muita crueldade com a verdade, essa, que um dia foi posta em teoria como mãe suprema do jornalismo.
Nos encontramos em um ponto crucial da nossa história. Não paramos para analisar que este Brasil é um eterno Déjà vu, onde sempre temos a impressão que já se viu algo parecido acontecer. Quando falamos de hipocrisia, a mídia reina com suas farsas e desmontes já constatados pelos farsantes da ordem e progresso.
Nem ordem, nem progresso, muito menos hora para se falar em algo plausível que essa mídia coronelista e, subsidiada pelos interesses das legendas políticas, tenham feito de útil pela nação. No mais, tem sim feito o contrário, contribuído para as cenas horripilantes de violação e do mau-caratismo, são de vera, protagonistas da falta de ética.
O mídialivrismo tem mostrado o seu viés de bom senso, com aqueles que ousam questionar os desmontes a uma nação, que embora jovem em democracia, parecia estar à beira de dar um salto quântico, ao invés de cair no precipício.
As páginas que falam em: “recuperação da economia”, “da confiança de um povo, que volta a acreditar em um país”, ele está desenganado por todo tipo de “médico”, sã. Essas terras, até pouco tempo, era a nação do futuro, mas viu seu passado volta com força total, ao passo que vê seu amanhã novamente em meio às incertezas.
Incertezas, repito! É devido a algo ou a alguém que não teria – em hipótese alguma – a capacidade de dar a clara convicção de que estaríamos em mãos seguras, nesse navio prestes a naufragar. Quem foi às ruas pedir menos corrupção, não tinha a menor ideia do que nós precisamos de fato, que não seria acabar com a corrupção, mas sim, dar fim ao que temos em maior número: os corruptos e corruptores.
Não é tirando um presidente – como tenta mostrar a mídia – e que teremos uma nova república, muito pelo contrário. Teremos sempre menos democracia e mais especulações de quem vai se aproveitar dessa nova oportunidade: dar cabo do que conquistamos em favor próprio.
Precisamos invadir uma nova consciência em que a política pode ter outros políticos, com novas ideias e sinceras preocupações com essa população que sustenta com braço forte esta flâmula, que só ostenta, em seus gastos supérfluos em banquetes caros, e que, ao mesmo tempo, corta gastos com saúde e educação, e condena os pobres a escravidão, com direito a abolição, somente por meio da “lei dos sexagenários”.
Vivemos na época em que o ladrão é preso. Mas é bem sabido que vivemos ainda em tempos em que existe foro privilegiado e privilégios. Parece redundante, mas não é, eu explico com palavras coloquiais. Privilégio é um estado de posição de destaque, foro privilegiado é um escárnio da nossa sociedade. É um puto de um palavrão e uma tremenda canalhice com o povo de um país.
É preciso ter força. Não falamos de desanimo, retratamos apenas a falta de sinceridade e verdade em um país mergulhado em informações desencontradas, afogada em um mar revoltoso de injustiças e conversa fiada.
Parece que chegamos à estaca zero, no que diz respeito a lucidez. Estamos fechados as mesmas crendices, as mesmas conversas bobas de ninar do jornal da meia noite, que fala mal quando lhe convêm, e faz a nação sonhar com dias lindos, confortando-a com um maravilhoso bom dia ao amanhecer. Eles sabem lhe dizer que é muito bom trabalhar 12 horas de jornada exaustiva. E lhes omite que ainda tem as horas extras de um metrô/ bus lotado e quente, como o inferno que se levanta em suas vidas todo o dia, em todos os dias.
Não temos como prever como o futuro será, mas sem telas manipuladoras e mídias bolhas, o nosso mundo será mais livre e muito possivelmente, cheio de realidade.
*Francisco Julio Xavier é jornalista, atuante em Assessoria de Imprensa e pós-graduando em Comunicação na UnP. Colabora com propagação de ideias políticas e sociais e o Midialivrismo no Brasil e contribuiu com o Pragmatismo Político.
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