Coreia do Norte divulga vídeo em que simula ataque aos EUA. Divulgação das imagens surge num dos momentos de maior tensão entre os dois países. Governo Trump promete resposta 'esmagadora'
Em meio a um dos momentos de maior tensão na relação entre Coreia do Norte e Estados Unidos, a televisão pública do país asiático divulgou nesta quarta-feira (19), segundo o jornal britânico Telegraph e outros veículos internacionais, imagens de um concerto militar onde foi apresentado um vídeo que simula um ataque de mísseis contra os norte-americanos.
No vídeo, são reproduzidas as imagens de um lançamento de um míssil que atravessa um oceano e atinge uma cidade. Logo em seguida surgem cenas de um cemitério com a bandeira dos EUA.
A divulgação do vídeo na televisão pública norte-coreana surge num momento de particular sensibilidade, com diversas declarações públicas de ambas as partes de que há a possibilidade concreta de um conflito militar.
Não é a primeira vez que a Coreia do Norte divulga vídeos de ataques a cidades norte-americanas, como Washington e Nova Iorque, por vezes mostrando a destruição da Casa Branca. Isso já ocorre pelo menos desde 2013.
Os vídeos costumam ser colocados online por serviços informativos norte-coreanos internacionais normalmente em momentos em que o regime de Pyonyang pretende dar uma resposta a uma retórica agressiva dos Estados Unidos.
“Resposta esmagadora”
Na última segunda-feira, numa visita à zona desmilitarizada que divide as duas Coreias, Mike Pence, vice-presidente dos EUA, anunciou que “a era da paciência acabou”, garantindo que os norte-americanos “iriam manter a sua ‘aliança de ferro’ com a Coreia do Sul e agir por ‘meios pacíficos ou, em última instância, quaisquer meios necessários'” para proteger e estabilizar a região.
Nesta quarta-feira (19), Mike Pence prometeu uma “resposta esmagadora em caso de ataque” da Coreia do Norte em discurso realizado para soldados americanos no porta-aviões Ronald Reagan, estacionado no Japão.
Há “nuvens no horizonte”, disse o número dois do Executivo americano, que classificou o regime comunista da Coreia do Norte de “ameaça mais perigosa e urgente para a paz e a segurança na Ásia Pacífico”.
“Derrotaremos qualquer ataque e reagiremos ao uso de qualquer arma convencional ou nuclear com uma resposta esmagadora”, afirmou, citando a “determinação do presidente Trump e das forças armadas dos Estados Unidos”.
O porta-aviões “Ronald Reagan”, que se encontra na base naval americana de Yokosuka, forma parte da sétima frota de Washington e está pronto para uma mobilização programada no Pacífico ocidental.
Outro componente da sétima frota, o porta-aviões “USS Carl Vinson”, atualmente diante da costa australiana, planeja chegar na próxima semana ao mar do Japão (mar do Leste, em sua denominação sul-coreana).
Como resposta, o embaixador adjunto da Coreia do Norte na ONU, Kim In-ryong, afirmou que há “uma situação perigosa que pode desencadear uma guerra termonuclear a qualquer momento”.
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