Discurso pré-histórico
Janderson Lacerda Teixeira*, Pragmatismo Político
Não sabemos, ao certo, quando a humanidade começou a falar. Alguns cientistas defendem a hipótese de que a linguagem não teve um início único; isto é, bem determinado no tempo. Outros especulam que o homem primitivo começou a formular as primeiras palavras há cerca de 1,8 milhão de anos. Antes disso, os grunhidos eram os sons emitidos por homens e mulheres e, apenas, os: — Brrr! Grrr! Hmmm! Ihhhh! Eram ouvidos na face da terra.
Com o passar do tempo o ser humano começou a ensaiar as primeiras palavras; com pouca habilidade é verdade, os bípedes que já possuíam polegares superdesenvolvidos, tentam formar as primeiras silabas:
— Bo-bo-so-na-ro; ihhhh! Grrrr! Porém sem grande sucesso; os grunhidos continuavam dominando a linguagem pré-histórica. Contudo, os homens das cavernas não desistiam:
— Bo-bo-na-ro; bron-co-na-ro; grrrr! Tentavam, tentavam pronunciar, ao menos, uma palavrinha, mas, sempre voltavam a grunhir.
Até que um dia, depois de caçar, arrastar uma dúzia de mulheres pelos cabelos, bater a cabeça até sagrar, ao deparar-se com sua própria sombra e confundi-la com um bárbaro inimigo. O homem primitivo consegue vociferar a primeira palavra; que foram seguidas de muitas outras:
— Uga-buga, bobonaro; buga-uga, bostanaro; uga-buga Bolsonaro, Bolsonaro Bolsonaro!
Em êxtase centenas de homens das cavernas corriam desnorteadamente, batendo palmas (cláp-cláp, cláp-cláp!); e felizes produziram, praticamente, o primeiro discurso da história da humanidade:
— Bolsonaro! Bolsonaro! Bolsonaro! — Ió, ió, ió, ió!
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*Janderson Lacerda Teixeira é mestre em Política e Gestão Educacionais. Atualmente é professor universitário, escritor e colaborou para Pragmatismo Político