Polícia Militar

Estudante agredido por PM na greve geral respira por aparelhos

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Estudante agredido por PM na greve geral quando se manifestava contra as reformas do governo Temer está na UTI. Com múltiplas fraturas na cabeça, o jovem foi sedado e respira por aparelhos. Vídeo flagrou a agressão covarde. Policial foi afastado das ruas, mas segue trabalhando em funções administrativas

A Polícia Militar de Goiás afastou das ruas o capitão Augusto Sampaio, subcomandante da 37ª Companhia Independente da Polícia Militar, pela agressão ao estudante Mateus Ferreira da Silva, de 33 anos, durante um protesto em Goiânia.

O manifestante está internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI ) de um hospital da capital e passa por hemodiálise.

“O capitão foi afastado das funções de rua em função da suspeita de agressão ao estudante”, afirmou o comandante-geral da Polícia Militar goiana, coronel Divino Alves de Oliveira. “Assim que tivemos conhecimento do ocorrido, já determinamos abertura de inquérito para apurar o que aconteceu.”

Sampaio continua trabalhando, mas em funções administrativas internas. O período para a conclusão da averiguação é de 30 dias. Se houver denúncia, o capitão será encaminhado à Justiça Militar.

Ferreira foi atingido por um golpe de cassetete durante ato contra as reformas trabalhista e previdenciária. As imagens foram capturadas em vídeo, feito por um cinegrafista amador.

Ferreira está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital na capital goiana, onde é tratado por um traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas, está sedado e respira por aparelhos, de acordo com boletim médico.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado condenou as agressões, defendeu o “direito constitucional e legítimo” de se manifestar “de forma pacífica e ordeira” e afirmou ter aberto investigação para averiguar a atuação dos policiais.

“Uma vez comprovada a autoria, [a secretaria] será rigorosa na punição administrativa e no encaminhamento para a esfera judiciária”, afirmou a pasta.

A UFG (Universidade Federal de Goiás), onde Ferreira cursa ciências sociais, manifestou seu repúdio à agressão. “A UFG é histórica defensora do direito à livre manifestação e condena com veemência atos de repressão que venham a cercear esse princípio democrático.”

Família

O pai do estudante, Salatiel Ferreira da Silva Filho, que mora em Osasco, na Grande São Paulo, informou à TV Anhanguera que os rins de Mateus não estão funcionando e que os médicos encontraram uma mancha no pulmão dele, que ainda será avaliada para saber se ele sofre de pneumonia ou se há acumulo de sangue no local.

Já a mãe de Mateus, Suzethe Alves, que mora em Barueri, também na Grande São Paulo, afirmou que acredita que o filho irá melhorar em breve: “Vai se recuperar”.

Amigos de Mateus estão fazendo uma campanha para arrecadar doações em dinheiro para os familiares dele se manterem em Goiânia. Além do pai e da mãe, também estão na capital o irmão, que mora com a mãe, e a irmã, que reside em Nova Friburgo (RJ). A ação está sendo divulgada em redes sociais.

“Eles vão precisar de dinheiro para alimentação, hospedagem, para se manterem em Goiânia durante todo esse período de recuperação, que não sabemos quanto tempo vai levar”, disse a amiga de Mateus, Mariana Falone.

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