A JBS não foi a única que comprou dólares (cerca de U$ 1 bilhão) antes da denúncia contra Temer. No dia em que os ativos brasileiros derreteram, confira quem lucrou ao investir pesado em dólares antes da 'bomba' ser divulgada pela Globo
Rodrigo Vianna, Escrevinhador
JGP Gestão de Recursos é o nome da empresa que, na contramão das principais gestoras de fundos multimercados do país, teve ganhos espetaculares ao investir pesado em dólares, poucas horas antes de a delação da JBS ser divulgada pelo jornalista Lauro Jardim, em “O Globo”.
Reportagem do jornal “Valor” (que, curiosamente, também pertence à família Marinho) dá informações mais detalhadas sobre o fato, destacando que “a JGP ganhou dinheiro no dia em que os ativos brasileiros derreteram” – confira aqui o link: http://www.valor.com.br/financas/4976796/jgp-foi-destaque-de-ganho-em-meio-panico-nos-mercados
Levantamento realizado junto aos maiores fundos Multimercado do Brasil mostra que, dos 24 analisados, apenas dois (ambos operados pela JGP) tiveram ganhos no fatídico dia 18. O JGP Strategy rendeu 3,32% num único dia. O JGP Max teve ganhos de 1,68%.
A espetacular operação de compra de dólares teria ocorrido diretamente no chamado “mercado de balcão” das corretoras, já no início da noite de quarta-feira (dia 18); naquele momento, o pregão já havia sido encerrado, mas a nota de Lauro Jardim (em parte equivocada, lembremos, já que atribuía a Temer uma frase que ele não havia dito sobre Eduardo Cunha) ainda não havia sido publicada.
No mercado financeiro, circulam desde então boatos e informações desencontradas sobre supostos vazamentos de informações privilegiadas.
Operadores experientes dizem estranhar a atuação da JGP: “virou a mão no exato dia da notícia. Ou é gênio, ou então…” – é o comentário de um operador que prefere manter o anonimato.
Outros, mais maldosos, vinculam diretamente o nome de um jornalista à operação: este jornalista teria vazado informações sigilosas ao mercado. Não há por hora nenhum indício comprovado nesse sentido.
Segundo o jornal “Valor” (da Globo, repetimos), os gestores da JGP dizem que seguiram estratégia própria de empresa, e ameaçam com processos aqueles que espalham “informações falsas” sobre informações privilegiadas que possam ter municiado a milionária operação.
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