Em ação secreta e inédita, o juiz Sergio Moro ampliou a devassa da Polícia Federal sobre o ex-ministro Antonio Palocci, autorizando que a quebra de sigilo de Palocci atinja os últimos 13 anos. A Lava Jato habitualmente só trabalha com dados de um ano de interceptação
O juiz Sergio Moro ampliou a devassa da Polícia Federal sobre o ex-ministro Antonio Palocci, autorizando que a quebra de sigilo do petista atinja os últimos 13 anos, abrangendo o período de 1 de janeiro de 2005 a 5 de abril de 2017. Nos últimos anos, a Lava Jato só trabalhava com dados de um ano de interceptação, também com autorização de Moro: de 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2010.
Segundo reportagem do Estadão, o despacho de Moro foi assinado no dia 11 de abril, no âmbito de um processo que está em segredo de Justiça. Seu número do inquérito é 503108205.2016.4.04.7000/PR, e o acusado aparece como “a apurar”.
O advogado de Palocci, Roberto Batochio, criticou a decisão do juiz. “Não encontra respaldo no ordenamento jurídico, nem na racionalidade, uma quebra de sigilo de dados telefônicos ou telemáticos que regride ad infinitum“, disse ao Estadão. “Dias virão em que se estenderá esse período até os bancos escolares do ensino elementar para que se saiba o que ocorreu com a borracha ou a caixa de lápis do infante escolar”, ironizou.
Na mesma decisão, Moro autorizou a quebra de sigilo da secretária de Palocci, Rita de Cássia dos Santos, no período de 1 de janeiro de 2008 a 5 de abril de 2017. Isso porque Rita era a responsável pela agenda de Palocci, e a Lava Jato quer investigar comunicações feitas pelo petista com a Odebrecht.
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