Abigail Adams escreveu uma carta histórica em defesa dos direitos das mulheres há 240 anos endereçada ao seu marido. Ela não fazia ideia que o seu companheiro se tornaria, 20 anos depois, o segundo presidente dos Estados Unidos
Abigail Adams queria que seu marido, John Adams, “se lembrasse das mulheres” quando estava redigindo a Constituição dos Estados Unidos.
Segundo o History.com, Abigail, então com 32 anos, escreveu uma carta a John com a data de 31 de março de 1776, dizendo que esperava que o Congresso Continental (que se tornaria o primeiro governo nacional dos Estados Unidos) seria mais favorável às mulheres do que haviam sido seus predecessores.
“Anseio por ouvir que vocês declararam a independência“, escreveu Abigail. “E, por sinal, no novo código de leis que imagino que seja necessário vocês redigirem, desejo que se recordem das mulheres e sejam mais generosos e favoráveis a elas do que foram seus ancestrais. Não depositem poder tão irrestrito nas mãos dos maridos.”
A carta chegou poucos meses antes da independência dos EUA da Grã-Bretanha, em julho de 1776. Abigail e seu marido não faziam ideia na época que John se tornaria, em 1797, o segundo presidente dos Estados Unidos.
“Lembre-se, todos os homens seriam tiranos se pudessem“, ela escreveu. “Se cuidado e atenção especial não forem dedicados às mulheres, estamos determinadas a fomentar uma rebelião. Não nos consideraremos na obrigação de obedecer a quaisquer leis em que não tenhamos voz nem representação.”
Ela prosseguiu:
Que seu Sexo é Tirânico por Natureza é uma Verdade tão amplamente comprovada que não admite contestação, mas aqueles de vocês que desejam ser felizes abrem mão de bom grado do título áspero de Senhor, trocando-o pela designação mais terna e carinhosa de Amigo. Por que, então, não impedir que os perversos e desrespeitadores das leis nos tratem impunemente com crueldade e indignidade?
Os Homens de Bom-Senso de todas as Épocas rejeitaram esses costumes pelos quais somos tratadas unicamente como vassalas do Sexo Masculino. Enxerguem-nos, portanto, como Seres colocados pela Providência sob vossa proteção, e, imitando o Ser Supremo, façam uso daquele poder unicamente em prol de nossa felicidade.
Alanna Vagianos, The Huffington Post
Acompanhe Pragmatismo Político no Twitter e no Facebook