Por 3 votos a 2, STF mantém irmã de Aécio Neves na cadeia
Supremo Tribunal Federal (STF) nega pedido de liberdade da defesa e mantém Andrea Neves atrás das grades. Veja como votaram os ministros
Por 3 votos a 2, os ministros da 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) votaram nesta terça-feira (13) favoravelmente à manutenção da prisão de Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG), presa na mesma investigação que levou ao afastamento de Aécio do mandato sob a suspeita de pedir propina ao grupo JBS.
O pedido de liberdade de Andrea foi julgado na tarde de hoje. Votaram favoravelmente à manutenção da prisão de Andrea os ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux.
O relator, Marco Aurélio Mello, e o ministro Alexandre de Moraes foram voto vencido pela revogação da prisão, determinada ainda pelo antigo relator do processo, ministro Edson Fachin.
Ao justificar a manutenção da prisão, Barroso afirmou que as provas no processo indicam que era recorrente a relação sob suspeita dos Neves com a JBS.
“Depois do mensalão, em plena Operação Lava Jato, o modus operandi continuava da mesma forma como se nada tivesse acontecido e como se o risco de ser alcançado pela Justiça não existisse”, disse o ministro.
Marco Aurélio, que votou pela libertação, disse que o STF não poderia ser pressionado pela opinião pública. “Nenhum de nós [ministros] distingue capa do processo [com o nome do réu]. Mas lembro que a sociedade chegou ao limite da indignação e às vezes ela quer vísceras, ela quer sangue, e, como juiz, não podemos proporcionar o que ela pretende”, afirmou.
Barroso rebateu o relator e afirmou que a prisão seria mantida não com base no “clamor público”, mas em “provas contundentes”, disse.
Contrário à prisão, Alexandre de Moraes afirmou que a PGR (Procuradoria-Geral da República) não apresentou provas que justificassem a prisão preventiva (antes do julgamento) de Andrea Neves.
“O procurador-geral da República não ofereceu novos indícios, nem mesmo mínimos, para amparar a afirmação de que haveria risco de reiteração criminosa, obstrução à Justiça ou destruição de provas”, disse Moraes.
Nomeado por Michel Temer para ocupar a vaga de Teori Zavascki, Alexandre de Moraes já foi secretário do governo Alckmin em São Paulo e se desfiliou recentemente do PSDB.
EFE