Redação Pragmatismo
Lula 21/Jul/2017 às 12:13 COMENTÁRIOS
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Ato de apoio a Lula reuniu milhares na Avenida Paulista

Publicado em 21 Jul, 2017 às 12h13

Na esteira da sentença do juiz Sergio Moro contra Lula, milhares ocuparam a Avenida Paulista na noite desta quinta-feira para demonstrar apoio ao ex-presidente

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Na esteira da condenação imposta pelo juiz Sério Moro ao ex-presidente Lula, movimentos sociais, sindicatos, militantes do PT e populares se reúnem na noite desta quinta-feira (20), na Avenida Paulista (SP), em ato de apoio ao ex-presidente Lula e em protesto contra o governo Michel Temer, denunciado por corrupção passiva. Além do apoio ao petista e da rejeição ao peemedebista, a manifestação ataca as reformas trabalhista e da Previdência e o que considera retirada de direitos sociais na gestão Temer.

O ato foi convocado pela Frente Brasil Popular e ocupou os dois sentidos da Avenida Paulista no quarteirão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), segundo informações da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Os manifestantes se aglomeraram para ouvir Lula, que discursou em um carro de som, em frente ao museu. Atos semelhantes foram promovidos em capitais como Recife, Rio de Janeiro e Salvador.

Em seu discurso, Lula criticou o governo Temer e os rumos que o país percorre após o impeachment de Dilma Rousseff, definitivamente afastada em 31 de agosto de 2016. “Me parece que essa gente não conhece a alma do povo brasileiro. Me parece que essa gente não conhece o sentimento do povo brasileiro”, declarou o líder petista, em discurso encerrado há pouco na Avenida Paulista. Antes da fala, o ex-presidente foi saudado aos gritos de “Lula, guerreiro, do povo brasileiro”.

Veja no vídeo (publicação do internauta Diego González, no Youtube):

Além dos sindicalistas, militantes e integrantes de movimentos sociais, diversos correligionários de Lula participaram do ato na Avenida Paulista. Entre os parlamentares que foram à manifestação estavam a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), e o líder do partido no Senado, Lindbergh Farias (RJ); e deputados como Orlando Silva (PCdoB-SP) e Carlos Zarattini (SP), líder do PT na Câmara. Também foram apoiar Lula dirigentes de entidades como Marianna Dias, que preside a União Nacional dos Estudantes (UNE); Luiz Gonçalves, presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores; e Edson Carneiro, que comanda a Intersindical.

“Covarde”

Coube ao senador Lindbergh um dos discursos mais inflamados contra a condenação de Lula. “Estou tão indignado com tanta destruição, tenho tanta coisa para falar… Mas eu quero dar alguns recados. O primeiro recado é para o juiz Sérgio Moro: Sérgio Moro, você é um covarde! Porque juiz não é isso. Juiz é imparcial. Sérgio Moro, você é um fantoche da Rede Globo! Quero ver você ter coragem de bloquear as contas do [senador] Aécio [Neves, PSDB-MG], com aquelas malas de 500 mil reais”, bradou o petista, referindo-se à acusação de que o tucano, alvo de diversos inquéritos na Operação Lava Jato, pediu propina ao Grupo JBS. Lindbergh fez ainda uma menção dura contra Temer.

Quero mandar um recado, também, para a Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo], para as elites empresariais, para a Rede Globo. Porque foram eles que deram o golpe. O Temer é um bosta! É um personagem menor. Quem está no comando é o grande capital, a burguesia brasileira”, acrescentou.

Além dos políticos do PT e do PCdoB, foram ao ato pró-Lula líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), entre outros coletivos. Como é recorrente em manifestações do gênero, houve performance de batuque e exibição de cartazes, faixas e bandeirões. Em um dos maiores lia-se a frase “Eleição sem Lula é fraude”, numa referência à eventual inelegibilidade de Lula caso a sentença de Moro seja confirmada em segunda instância. No caso, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre (RS), onde o caso será reexaminado depois de recurso da defesa.

Mais palcos

Segundo o grupo de Lula, esse foi um dos vários atos em defesa de Lula depois da condenação, em primeira instância, a nove anos e seis meses de prisão. O petista é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro nas negociações que envolveram a OAS, empreiteira alvo da Lava Jato, na reserva de tríplex no Guarujá (SP) como forma de propina para Lula. Moro também determinou bloqueio e confisco de dinheiro e bens do petista, em decisão vista pelo PT como vingança.

Além de São Paulo, houve ato a favor de Lula e contra Temer no Rio de Janeiro, com concentração de manifestantes na Cinelândia, em frente à Câmara Municipal. Segundo a Agência Brasil, uma homenagem foi prestada ao ex-assessor para Assuntos Internacionais dos governos Lula e Dilma, Marco Aurélio Garcia, morto nesta quinta-feira (20) depois de sofrer infarto.

Na manifestação do Rio, representantes do PT e de outros partidos alinhados à esquerda também fizeram discursos em cima de um carro de som, diante de militantes com bandeiras dos partidos e demais alegorias de protesto. A Polícia Militar reforçou a segurança durante o protesto, que transcorreu pacificamente.

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