Redação Pragmatismo
Senado Federal 13/Jul/2017 às 16:34 COMENTÁRIOS
Senado Federal

Denúncia contra senadoras que ocuparam mesa diretora é acatada em tempo recorde

Publicado em 13 Jul, 2017 às 16h34

Em tempo recorde, Comissão de Ética aceita julgar senadoras de oposição que ocuparam Mesa Diretora contra reforma trabalhista do governo Temer

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Joelma Pereira, Congresso em Foco

O presidente do Conselho de Ética do senado, João Alberto Souza (PMDB-MA), em rápida decisão, aceitou abertura de processo disciplinar contra as senadoras Gleisi Hofmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN), Regina Sousa (PT-PI), Ângela Portela (PDT-RR) e Lídice da Mata (PSB-BA), por ocuparem a Mesa Diretora da Casa, na tarde de terça-feira, 11, em protesto contra a reforma trabalhista. A ocupação durou pouco mais de sete horas e atrasou a votação da reforma, aprovada logo após a desocupação das parlamentares. A representação foi apresentada na noite de ontem ao Conselho de Ética. Em menos de 24 horas foi aberto o processo disciplinar.

Para o presidente do Conselho de Ética, o mesmo que demorou pouco mais de um mês para analisar o pedido de cassação do senador Aécio Neves (PMDB-MG) e arquivou sob o argumento de “falta de provas”, há indícios de quebra de decoro parlamentar por parte das senadoras e precisa ser analisado pelos demais membros do conselho. Como a peça apresentada contra as senadoras é uma denúncia, as penas cabíveis são advertência e censura – verbal ou escrita. Para que resulte na cassação do mandato, a peça deverá ser convertida em representação pela Mesa Diretora do Senado.

Terça-feira, 11, em protesto contra a reforma trabalhista, as senadoras ocuparam a Mesa Diretora logo no início da sessão. Por volta do meio-dia, sem poder comandar os trabalhos, Eunício suspendeu a sessão uma hora depois de aberta. Além disso, ele desligou os microfones do plenário, bem como apagou as luzes e mandou cortar o ar-condicionado do plenário. As senadoras resistiram à pressão dos parlamentares governistas e do presidente da Casa e pediram almoço. Sob um plenário escuro, as oposicionistas almoçaram na Mesa Diretora da Casa. Somente por volta das 18h30, as senadoras cederam e deixaram a Mesa. Logo em seguida, a reforma trabalhista foi votada e aprovada.

A representação foi apresentada pelo senador José Medeiros (PSD-MT), que, diante do impasse, decidiu recolher assinaturas para protocolar uma representação contra as oposicionistas. No documento, Medeiros solicita a instauração de procedimento disciplinar “para verificação de prática de ato incompatível com a ética e o decoro parlamentar”. Para Medeiros, os senadores e senadoras que participaram do ato cometeram abuso das prerrogativas constitucionais asseguradas aos membros do Congresso Nacional pela Constituição.

No texto, ele chama a conduta dos colegas de “autoritária, ilegal e abusiva” e sugere que imagens da TV Senado e de outros veículos sejam usadas para identificar os senadores e senadoras que participaram do ato e que se abra procedimento disciplinar contra eles.

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