Donald Trump encerra programa dos EUA para treinar e armar oposição e mercenários na Síria. Mídia dos EUA diz que decisão reflete o interesse do presidente em trabalhar em conjunto com a Rússia, que apoia Bashar al Assad
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu colocar fim ao programa secreto da CIA (Agência Central de Inteligência) para armar e treinar grupos opositores ao governo de Bashar al Assad. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (19/07) pelo jornal The Washington Post, que cita “fontes oficiais“.
O fim da colaboração da CIA com grupos de oposição armados era um pleito antigo da Rússia, que luta ao lado de Assad na guerra síria. O programa foi instituído pelo ex-presidente Barack Obama em 2013 e esteve no centro de sua estratégia para pressionar Damasco, mas sua eficácia foi colocada em dúvida após Moscou ter enviado tropas ao país árabe em 2015, o que fortaleceu o presidente sírio.
Segundo as fontes mencionadas pelo Washington Post, a decisão de encerrar a colaboração reflete o interesse de Trump de encontrar modos de atuar em conjunto com a Rússia, além de deixar claro que a derrubada de Assad não é mais uma prioridade dos EUA, como já havia sido indicado pelo próprio magnata.
Em abril, o presidente norte-americano disse que sua postura em relação ao líder sírio “mudou“, ainda que pouco depois ele tenha ordenado um bombardeio contra a base militar de Shayrat, controlada pelo governo, em retaliação a um ataque químico atribuído – sem provas – às forças de Damasco.
Ainda de acordo com o Washington Post, o fim do programa secreto da CIA foi determinado há um mês, ou seja, antes da primeira reunião bilateral entre Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, no dia 7 de julho. Na ocasião, eles mostraram sintonia e anunciaram um cessar-fogo no sudoeste da Síria.
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