Meio Ambiente

Ator é multado após exibir peixe ameaçado de extinção e pede desculpas

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Foto de Henri Castelli com um peixe mero, espécie ameaçada de extinção, viraliza nas redes sociais. Depois de muitas críticas e de uma multa de R$ 5 mil, ator apagou a publicação e divulgou um pedido de desculpas

Henri Castelli em foto polêmica com um peixe mero, ameaçado de extinção

Henri Castelli se pronunciou após publicar uma polêmica foto que lhe rendeu multa de R$ 5 mil do Ibama.

Na última sexta-feira (11), o ator publicou a imagem em cima de uma moto, acompanhado por um mero, peixe em extinção e que tem sua pesca proibida.

“Pra depois ninguém falar que é papo fiado. Taí a prova do dia!!”, dizia a legenda da publicação feita por Castelli, já apagada, que encerrava com a hashtag #vidadepescadornãoéfácil.

Agora, o ator explica que tudo, na verdade, não passou de papo fiado. Segundo ele, tratava-se de uma brincadeira.

Em nota divulgada nas redes sociais, Castelli afirmou que tanto o veículo quanto o animal pertenciam a um pescador local, que teria lhe pedido para tirar uma foto.

No que define como um “momento rápido e de distração”, o ator se diz envergonhado e afirma que não reconheceu o mero e não tinha conhecimento sobre a lei que proibia sua pesca.

Leia a íntegra:

Na semana passada, fiz uma brincadeira ao ser abordado por um pescador que me pediu para tirar uma foto. Ele carregava em sua moto um peixe muito bonito. Eu não matei o peixe e tampouco sabia que aquele tratava-se de um mero. Foi um momento rápido e de distração em que tirei e publiquei uma foto, da qual me envergonho agora. Momento infeliz. Entrei na brincadeira do pescador e não reconheci o mero – um dos peixes mais incríveis que já vi no fundo do mar. Admito que errei, condeno a pesca e caça de espécies ameaçadas de extinção e tenho o maior respeito pela natureza e pelos animais. Peço desculpas pelo mau exemplo e agradeço as mensagens de apoio e carinho que recebi.

Peixe mero

Gigante entre os peixes e ameaçado de extinção pelo homem. O peixe mero, também conhecido como “Senhor das Pedras”, pode medir até três metros de comprimento e apresenta um comportamento inofensivo. Mas, mesmo assim, corre risco de extinção devido à ação de pescadores que desrespeitam leis ambientais vigentes no Brasil. Inclusive, este temperamento é o que facilita sua captura e também é o principal motivo da criação, em 2002, de uma norma interministerial que proíbe sua caça e que acaba de ser prorrogada por mais três anos pelos Ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Pesca e Aquicultura (MPA).

O mero é um peixe que apresenta um ritmo mais lento de crescimento, e sua época de reprodução é somente entre sete e 10 anos de idade.

“Temos que pensar no ciclo geracional. Se o mero se reproduz com sete ou oito anos, 10 anos é um período pequeno para a preservação da espécie. Para repor a população, há estudos que dizem que precisaria de uma moratória de 20 anos. Ou seja, ainda estamos num período de transição, mas já se espera que tenha havido uma melhora”, afirma a coordenadora técnica do Projeto Meros do Brasil, Maíra Borgonha, que trabalha em conjunto com outros pesquisadores para a preservação da espécie.

“O mero não se intimida com a presença humana. Apesar de arrepiar os espinhos dorsais, sinal de estresse e preocupação com a aproximação do mergulhador, ele não foge, não se protege e não revida. Afasta-se pra não brigar. Exatamente por isso ele está na Lista Vermelha da IUCN [União Internacional pela Conservação da Natureza, na sigla em inglês] como uma das espécies de peixes mais ameaçadas de extinção”, afirmou o oceanógrafo Frederico Brandini.

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